O parque da Universal em Orlando, nos Estados Unidos, descortina a sua mais aguardada novidade, a inauguração do Epic Universe, nesta quinta-feira (22).

Trata-se do novo espaço do Universal Orlando Resort, a primeira grande inauguração de um parque de diversão seco na cidade da Flórida desde 1999, quando a própria Universal abriu o seu Island of Adventure. Em 2017, o conglomerado também cresceu com a chegada do parque aquático Volcano Bay.

Com 45 hectares, o novo parque é centrado no Celestial Park, um bulevar que abriga um enorme chafariz, um carrossel e a maior atração do parque, a Stardust Racers, uma montanha-russa dupla, em que os trens correm por trilhos espelhados, como se apostassem corrida entre si.

Acelerados por indução eletromagnética, eles chegam a 100 km por hora em um percurso longo, de 1,5 km, cheio de inversões, “airtimes” (quando os visitantes têm a sensação de gravidade zero) e quedas de até 40 metros.

Mas mesmo com uma das maiores montanhas-russas de Orlando, o grande barato do parque são mesmo as suas áreas temáticas: o Super Nintendo World –já consagrada nos parque da Universal no Japão e no da Califórnia; o Ministério da Magia, do universo “Harry Potter”; a ilha de Berk, de “Como Treinar Seu Dragão”, cujo live-action estreia em 12 de junho; e o Dark Universe, inspirada nos monstros clássicos da Universal, como Frankenstein, Drácula e Lobisomem.

“Fizemos uma pesquisa muito ampla com o nosso público para entender o que eles queriam. E eles nos disseram ‘nos entreguem mais dessas áreas imersivas [como as de ‘Harry Potter’, inauguradas em 2010 e 2014] e nós continuaremos vindo’. Essa foi a fundação do conceito do Epic Universe”, diz Marcos Barros, vice-presidente de vendas e marketing da Universal Destinations para a América Latina.

Diferente dos outros parques, em que essas áreas são diretamente conectadas umas às outras por elementos paisagísticos e cenográficos, no Epic Universe cada uma delas tem o seu próprio portal a partir do Celestial Park —fazendo com que o já batido termo ‘imersivo’ não soe tão forçado quanto de costume.

Para acessar o Super Nintendo World, por exemplo, uma escada rolante passa por dentro do famoso cano verde e chega até o castelo da personagem Peach, que dá acesso a uma grande arena que faz o visitante se sentir dentro do videogame.

Estão lá os jardins por onde Mário corre (que abriga uma espécie de montanha encantada do dinossaurinho Yoshi), o castelo do chefão Bowser (um impressionante simulador de “Mário Kart”) e o Donkey Kong Country, espaço dedicado ao gorila onde fica a Mine Cart Madness, uma montanha-russa para todas as idades e que chama atenção pela engenhosidade.

Na atração, os carrinhos de mineração que são a marca de “Donkey Kong”, correm sobre um trilho cenográfico totalmente irregular que, como no jogo, ora parece quebrado, contorcido, e ora nem existe, criando a ilusão de que ele voa de um pedaço para outro no meio do parque. O trilho de verdade, é claro, está lá, mas devidamente escondido pela cenografia.

Toda a cenografia do Super Nintendo World, aliás, é bastante interativa, fazendo do próprio espaço uma atração. Além de posar para fotos, também é possível, assim como Mário, sair batendo em blocos para coletar moedas —uma pulseira conectada ao app do parque registra o desempenho de cada um, criando um ranking entre grupos de amigos ou integrantes da família. A brincadeira não é barata: cada pulseira, vendida à parte, custa US$ 45 (R$ 255).

Já na ilha de Berk, de “Como Treinar seu Dragão”, o principal destaque é a Hiccup’s Wing Gliders, uma montanha-russa familiar (ou seja, que não vai muito alto e nem vira de ponta-cabeça) que atravessa toda essa área temática simulando o voo de um dragão —entre curvas, airtimes e mergulhos, ela chega a 72 km por hora.

Perto dela fica o Dragon Racer’s Rally, conjunto de dois pêndulos inclinados que simulam o voo dos dragões para vikings iniciantes, que podem controlar individualmente as asas dos seus assentos, deixando a brincadeira mais suave ou mais radical, a gosto do freguês.

Nesta área há uma atração molhada, onde barcos com a temática viking (não confundir com os famosos barcos viking) percorrem um trajeto cheio de jatos d’água, e também o show ao vivo “The Untrainable Dragon” (“O Dragão Indomável”). O show valeria a pena só pelo emocionante voo de Soluço e seu dragão, Banguela, mas surpreende pela boa interação entre painéis de LED, cenografias e efeitos especiais.

Com um investimento estimado em US$ 7 bilhões (quase R$ 40 bilhões de reais), o Epic Universe faz parte dos esforços do Universal Orlando Resort para, assim como o seu principal concorrente, a Disney World, se tornar um destino em si —onde os visitantes podem brincar, se hospedar e consumir por uma semana inteira sem precisar deixar o resort.

Por isso, a inauguração do parque é acompanhada da abertura de três novos hotéis. O principal deles é o Helios Grand Hotel, de 500 quartos, totalmente integrado ao parque e com acesso direto a ele, a pé, sem a necessidade de nenhum meio de transporte.

Há ainda os gêmeos Stella Nova e Terra Luna, cada um com 750 quartos, que ficam a cerca de um quilômetro do Epic Universe e são conectados a ele pelos ônibus gratuitos do resort, que também levam aos outros parques.

“Agora que temos quatro parques, 11 hotéis e 11 mil quartos, queremos atrair ainda mais o público brasileiro que vêm a Orlando”, diz Barros. Segundo o executivo, o complexo já trabalha em novas atrações para os seus parques, incluindo uma “grande novidade” para o Universal Studios, que em setembro começará a desmontagem da Rip Ride Rockit, montanha-russa que por muitos anos foi a mais alta de Orlando.

Para visitar o Epic Universe, o turista deve comprar os ingressos que dão acesso ilimitado a todos os parques da Universal por 14 dias consecutivos –que custa US$ 549 (cerca de R$ 3.100). No entanto, o acesso ao novo parque só é possível em apenas um desses dias. Os ingressos estão à venda no site oficial do resort.