/ May 22, 2025

A volta do BBB do gasto do governo – 21/05/2025 – Vinicius Torres Freire

O BBB dos mais tediosos recomeça no Brasil nesta quinta-feira —as tretas sobre gastos, déficits e dívida do governo. O público em geral não presta atenção ou não se dá ao trabalho de entender a coisa, nem de se preocupar com as consequências, que afetam todo mundo, do miserável ao ricaço, para o bem ou para o mal.

O pacotinho fiscal de Lula 3 vai para o paredão? Nesta quinta, o governo vai contar em que pé andam as previsões de receita e despesa e o que pretende fazer a fim de cumprir as metas de gasto e de déficit deste ano. A cada bimestre, o governo faz um balanço da situação. A depender dos planos e das contenções de gastos que apresentar, poderia dar rolo.

Parece improvável que dê rolo. A piora fundamental nas contas públicas já ocorreu, como ficou evidente a partir de meados de 2024. A melhora fundamental depende, bidu, de planos de mudança fundamental, que não virão antes de 2027 e olhe lá.

A situação é ruim, mas parou de piorar, em suma. Assim deve ser neste 2025. No 2026 de eleição, sabe-se lá.

O governo deve cumprir suas metas para o ano, afora desastres. Quanto à redução do déficit de fato, o governo dependerá de receitas extraordinárias, como leilões e dividendos de petróleo e de estatais, incertos, ou de acordos de empresas com a Receita, que têm rendido pouco.

Quanto à despesa, os cortes de desperdícios e fraudes na Previdência e no BPC também rendem pouco. A despesa previdenciária deve aumentar mais do que o previsto, até porque talvez o governo enfim consiga diminuir a fila dos processos de pedidos de benefícios do INSS, que continua uma baderna.

Há quem queira que o governo anuncie contenção de despesa de R$ 30 bilhões ou mais, nesta quinta. Assim, criaria reserva de segurança para o cumprimento das metas. Parece improvável. Mas, se não acontecer, não deve haver sururu. De resto, o governo insinuou que haveria outras medidas fiscais, não se sabe se mais rotineiras, dessas bimestrais, ou algo mais.

Faz uns quatro meses, menos se fala do “fiscal”, com exceção das conversas de economistas, povos de mercados e donos do dinheiro grosso.

Depois do fiasco de público e crítica do pacote fiscal de novembro, que contribuiu para o pânico financeiro de dezembro de 2024, os mercados dos EUA se tornaram de novo os líderes da treta na casa da finança mundial.

Desde fevereiro, melhoras de preços e taxas por aqui foram em geral determinadas pelas idas e vindas de ações e taxas de juros americanas e por seus efeitos em outros mercados “emergentes”, com os quais disputamos parte do fluxo de capital no mundo.

As políticas lunáticas de Donald Trump fizeram com que alguns dinheiros deixassem o mercado americano e de alguns “emergentes”. Algum tutu pingou por aqui, valorizando ações brasileiras. O dólar se enfraqueceu um tanto.

O dólar menos caro ajudou até a diminuir as expectativas de altas adicionais de juros, da Selic. No mercado de juros também houve alguma redução do arrocho. Os juros haviam começado a subir em meados de 2024 e deram um salto mortal entre dezembro e janeiro, por causa da inflação em alta e por ter ficado evidente que o problema fiscal (dívida pública crescendo sem limite) não seria tratado neste governo.

O nosso fracasso suave deve continuar, por enquanto, até que o caldo ferva, a partir de 2027, com risco de entornar amargamente.


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