/ May 22, 2025

Argentina: Milei elimina unidade que investigava $Libra – 21/05/2025 – Mercado

Um dia depois de ver seu candidato ficar em primeiro lugar na eleição legislativa da cidade de Buenos Aires, Javier Milei se voltou para um problema que afeta o seu o governo há três meses. Com um decreto, ele eliminou a unidade especial criada há três meses para investigar a suposta fraude com a criptomoeda $Libra, que teve o presidente argentino como principal promotor.

Passado o processo eleitoral, o governo publicou na terça-feira (20) o decreto 332, assinado por Milei e pelo ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona. O governo não apresentou resultados, e o texto limita-se a comentar que a Unidade de Tarefas de Investigação foi suprimida “uma vez concluída a sua tarefa”.

Diferentes grupos da oposição a Milei criticaram um decreto presidencial e afirmaram que irão buscar o avanço da comissão no Congresso para investigar o caso $Libra, mesmo com tentativas de atrasar o processo por parte do governo. Até agora, os libertários têm conseguido dificultar os trabalhos da comissão.

Além de Cúneo Libarona, o governo conseguiu bloquear a convocação do ministro Luis Caputo (Economia) pelos parlamentares. Além disso, negociou para que Karina, irmã de Milei e secretária-geral da Presidência, suspeita de estar envolvida no caso, não fosse chamada.

O único convocado pelos parlamentares até agora foi o chefe de Gabinete de Milei, Guillermo Francos, que conseguiu passar pela interpelação sem comprometer o presidente ou o seu entorno.

Nesta quarta-feira (21), a sessão dos deputados para tentar desbloquear a comissão de investigação $Libra caiu por falta de quórum. Às 12h30, após meia hora de tolerância, o presidente da Câmara, Martín Menem, encerrou a sessão quando o conselho mostrou 124 presentes —era preciso ter 129 para iniciar o debate.

Fora do controle do governo, no entanto, o escândalo continua sendo investigado em tribunais na Argentina e nos Estados Unidos.

Uma ação coletiva que começou nos Estados Unidos sobre o caso acaba de passar da jurisdição estadual para a federal e foi unificada com uma ação anterior, referente a um outro criptoativo, que o “empresário” Hayden Mark Davis, seu irmão, seu pai e outros protagonistas do escândalo $Libra enfrentam em Nova York.

A carta do decreto indica que a unidade de investigação solicitou dados sobre o criptoativo de diferentes órgãos do Estado —como a Unidade de Informações Financeiras, Alfândega, Ministério das Relações Exteriores e Escritório Anticorrupção— e enviou os resultados ao Ministério Público.

O escândalo com o criptoativo causou milhões de dólares em prejuízos a investidores em todo o mundo.

Ele começa em 14 fevereiro, quando Milei promoveu a criptomoeda $Libra em sua conta na rede X, e o ativo digital foi lançado logo em seguida. Traders compraram a um preço baixo e venderam a um preço mais alto, após o apoio do presidente, resultando em grandes lucros para alguns, enquanto outros investidores perderam tudo quando o valor caiu.

Cinco dias depois, o governo anunciou que o presidente Javier Milei pediu uma investigação pelo Escritório Anticorrupção sobre possíveis irregularidades, incluindo possíveis ações erradas do próprio presidente. O pedido daria origem ao grupo de trabalho agora dissolvido por Milei.

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