/ May 23, 2025

‘Baila, Vini’, da Netflix, irrita detratores de Vini Jr. – 23/05/2025 – Esporte

“Baila, Vini”, em uma semana desde que foi disponibilizado na Netflix, provocou reações acaloradas. O documentário sobre a trajetória do atacante Vinicius Junior foi aplaudido por seus fãs, que vibraram com a reverberação de sua voz e de seu discurso antirracista em uma plataforma capaz de alcançar também quem não liga muito para futebol. Já os detratores se irritaram, talvez pelos mesmos motivos.

Dirigido por Andrucha Waddington, com amplo acesso ao dia a dia do jogador e seu entorno, o filme não fala apenas dos episódios de racismo vividos pelo brasileiro. Em 106 minutos, reconstrói seu caminho, da origem pobre em São Gonçalo ao estrelato no Real Madrid.

Há passagens tocantes, como a emoção de seu pai na estreia do filho pelo Flamengo. Há também um bom retrato das dificuldades –físicas e técnicas– enfrentadas pelo garoto até que ele se estabelecesse como uma estrela mundial, hoje com 24 anos. Mas não há como fugir do tema que perpassa toda a história.

O próprio título do documentário faz referência ao momento em que Vinicius percebeu que deveria se posicionar contra o racismo. Em 2022, em um programa de televisão da Espanha, criticando as dancinhas do jogador na celebração de seus gols, o empresário Pedro Bravo pediu que ele parasse com a “macaquice”.

Vinicius resolveu reagir e acabou se tornando um símbolo, um porta-voz da luta antirracista. A batalha ganhou novos contornos em 2023, quando, repetidamente ofendido, o brasileiro apontou na arquibancada do estádio Mestalla, em Valência, um torcedor do Valencia que, segundo ele, usava a palavra “mono” (macaco, em espanhol).

Múltiplos registros audiovisuais parecem deixar claro que houve coros de “mono” no Mestalla. Mas o Valencia não gostou de como a questão foi retratada e ameaçou processar a Netflix. Em nota intitulada “Em defesa de nossa torcida”, publicada nesta semana, disse que, “diante da injustiça e das falsidades”, exigia da produtora do filme “uma retificação imediata”.

Ganhou força nas redes sociais uma mensagem que instava as pessoas a avaliar mal o filme no IMDb (Internet Movie Database), popular site especializado em produções audiovisuais. Cada filme tem uma nota, com base na visão dos internautas, e a mensagem espalhada pedia: “Dever moral de todos: entrar no IMDb, buscar ‘Baila, Vini’ e dar 1/10” –no momento da publicação deste texto, a nota era 3,8 de 10.

Goste você ou não de Vinicius Junior, parece inegável que ele tenha se tornado uma figura de grande relevo. Mesmo em um fim melancólico de temporada no Real Madrid, em ano atípico de maus resultados esportivos do clube, o brasileiro tem seu nome mais repetido do que o dos atletas envolvidos na final da Champions League, entre Internazionale e Paris Saint-Germain.

Os próximos jogos com alguma importância do fluminense serão na seleção brasileira, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em junho. O treinador será o italiano Carlo Ancelotti, que teve grande papel na ascensão do menino de São Gonçalo e está trocando o Real Madrid pelo time nacional do Brasil.

“Baila, Vini” passa, brevemente, pela ainda curta experiência de Vinicius na seleção, com enfoque no fracasso na Copa do Mundo de 2022, no Qatar. Já no finalzinho do documentário, o atacante afirma que “o próximo passo é ganhar a Copa do Mundo, dar orgulho para todos os brasileiros”. “Quando você ganha uma Copa do Mundo, não é só você que está feliz, é todo um país”, justifica.

Pode vir a ser o mote de “Baila, Vini 2”. O “Baila, Vini” original termina com a imagem da volta do brasileiro ao Mestalla, em Valência, na primeira partida após o episódio de 2023. Com dois gols no segundo tempo, ele buscou o empate por 2 a 2, evitou o triunfo dos que o xingavam novamente e preferiu não dançar.

Bailou, estático, com o braço direito erguido e o punho cerrado.

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