/ May 23, 2025

Ir ao Japão está mais barato para brasileiros – 23/05/2025 – Turismo

O Japão sempre foi sinônimo de outro lado do mundo. E chegar a este outro lado do mundo sempre foi sinônimo de uma viagem cara e longa. A distância continua a mesma –um voo São Paulo-Tóquio dura pelo menos 24 horas–, mas o custo para conhecer o arquipélago das artes marciais, do sushi, dos animes e do monte Fuji está cada vez mais viável para o bolso do brasileiro.

“Tóquio sempre teve estigma de ser uma das cidades mais caras do mundo, mas isso mudou com a desvalorização do iene. Hoje, fora do luxo, é fácil fazer uma viagem barata e de qualidade”, diz Gabriela Figueiredo, 43 anos, sócia da produtora de viagens sob medida Matueté, que já esteve três vezes no país.

Segundo ela, uma viagem de luxo em solo japonês ainda custa caro, e mesmo assim ela vê o volume de pedidos para o destino crescer exponencialmente.

O aumento do número de turistas do mundo todo é notável: só em janeiro deste ano, o Japão recebeu um recorde de visitantes: 3,7 milhões de pessoas. Como reflexo desse boom, a mídia japonesa lançou o termo “kankō kōgai”, que significa “poluição turística”.

“Os parceiros locais afirmam que Tóquio e Kyoto estão sofrendo com o grande fluxo de pessoas, mas que há outros municípios querendo receber turistas. O que eles procuram agora é espalhar esse visitante, que será ainda bem-vindo”, diz Figueiredo recomenda cidades como Kanazawa, Kurashiki, Himeji e Takayama.

Segundo dados da Organização Nacional do Turismo Japonês, a JNTO, quase dobrou a quantidade de brasileiros que visitaram o país entre 2023 e 2024.

No mês de abril, quando começa o florescimento das cerejeiras, o número de turistas brasileiros saltou de 4.971, em 2023, para 8.639, em 2024. Já em outubro do ano passado, chegou-se a 10.292 visitantes. Dentre as cidades mais procuradas estão Tóquio, Kyoto e Osaka, mas há quem busque também por Hiroshima, Naoshima e Hakone.

Vale lembrar que as passagens aéreas ainda são salgadas, mas uma vez em solo japonês, o preço tem feito muita gente se perguntar se está fazendo a conversão correta. Foi o que aconteceu com a estilista Manuela Rodrigues, fundadora da marca Cabana Crafts, que viajou ao país em 2024 acompanhada do marido Chico Ferreira, chef do restaurante Le Jazz.

“A gente achou super-acessivel, ainda mais comparado a outros destinos. Nosso voo de ida, por exemplo, tinha escala em Nova York e foi notável que comer em um restaurante de bairro no Brooklyn é muito mais caro do que comer bem no Japão”, conta.

“Tem uma série de restaurantes que não trabalham com reserva. Você está andando na rua, vê uma fila de pessoas lendo um livro ou simplesmente olhando para o celular, entra na fila, espera uma hora (o que é comum lá) e come uma comida espetacular por um preço super bom”, diz Chico.

Para o mineiro Airam Corrêa, 33 anos, criador da startup ARXS, não dá para ignorar que o Japão é uma arquipélago.

“A gente tem a imagem de um lugar super-internacional, mas não é bem assim. É raro encontrar quem fala inglês, por exemplo, e dos que falam muitos têm vergonha”, conta ele, que foi para o destino a primeira vez em 2022, repetiu em 2024 e volta agora no fim deste ano.

“A comida é fresca, saudável e com preço acessível. O transporte público é caro em comparação com o da cidade de São Paulo, mas é porque você paga pelo serviço mais moderno do mundo, que atinge uma velocidade que só existe lá. E o Uber barateou para o turista.”

Ele ainda lembra que, pelo fato de estar na Ásia, onde ficam os maiores exportadores de produtos do mundo, comprar roupas no país tem um custo bastante acessível. A japonesa Uniqlo, uma das maiores redes de fast fashion, por exemplo, oferece em solo japonês um preço bem abaixo de suas lojas na Europa ou nos Estados Unidos.

Corrêa destaca o extremo cuidado que os japoneses têm com os espaços e também com as outras pessoas —qualquer semelhança com o filme “Dias Perfeitos”, do cineasta Wim Wenders, não é mera coincidência.

Mas o que mais mudou foi a ideia de como se visita o Japão. Gabriela Figueiredo lembra que, por volta de 2015, quando começou a vender o destino na Matueté, as pessoas pediam para desenhar suas viagens como se fosse a primeira e única vez no país.

“Hoje esse conceito é coisa do passado: as pessoas entendem que vão e vão voltar, uma, duas, três vezes. E a cada vez dá para ver e fazer uma coisa diferente.”

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