/ May 25, 2025

CBF elege presidente com racha entre clubes e federações – 24/05/2025 – Esporte

O resultado já está definido. Mas, ainda que a eleição deste domingo, às 10h30, na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro, seja uma formalidade para aclamar Samir de Araújo Xaud, 41, como o presidente da entidade, ela vai evidenciar um racha entre clubes e a confederação.

Médico, nascido em Boa Vista, capital de Roraima, recém-eleito para comandar a federação de seu estado a partir de 2027, Xaud teve seu nome lançado como candidato ao cargo na CBF menos de 24 horas após Ednaldo Rodrigues ter sido afastado da cadeira de presidente, por decisão da Justiça do Rio.

No último dia 15, o desembargador Gabriel Zefiro considerou nulo o acordo que validou a primeira eleição vencida por Ednaldo. O despacho se baseou no questionamento à autenticidade da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, no termo que beneficiou Ednaldo. Zefiro citou a “incapacidade mental” de Nunes para participar do ato.

Desconhecido no cenário nacional, Samir Xaud conseguiu, menos de 48 horas após a saída de Rodrigues, reunir o apoio de 25 das 27 federações estaduais, o que inviabilizou a tentativa de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), de participar do pleito.

Pelo estatuto vigente na entidade, um candidato precisa do apoio de, no mínimo, oito federações e cinco clubes para formar uma chapa. Somente as entidades que comandam o futebol de São Paulo e de Mato Grosso não se juntaram ao bloco de Samir, que atraiu também dez times, sendo quatro da Série A: Vasco, Botafogo, Palmeiras e Grêmio.

O sistema eleitoral da CBF prevê, ainda, uma peso maior às federações na contagem dos votos. No pleito, times da Série A têm peso 2, equipes da Série B têm peso 1 e as federações têm peso 3.

As exigências para formação da chapa, assim como o peso dos clubes, são motivos de críticas por parte das equipes. Um grupo de 21 clubes decidiu nem participar da votação por discordar desse sistema.

Entre os times da Série A, fazem parte do bloco: Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Mirassol, Santos, São Paulo e Juventude. Da Série B assinaram: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Coritiba, Cuiabá, Goiás, Novorizontino, Sport e Operário-PR.

Em nota conjunta, os clubes afirmaram que não concordam com o processo vigente: “Estaremos prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor”.

O rápido processo eleitoral na CBF e a limitada representatividade dos clubes irritaram muitos dirigentes.

“Quase 75% dos clubes demonstraram desejo legítimo [de ter um candidato], e esse desejo não pode nem ir ao pleito, não pode nem ser disputado. O modelo eleitoral atual não foi feito para que a vontade dos clubes possa prevalecer”, afirmou Marcelo Paz, presidente do CNC (Conselho Nacional de Clubes) e da LFU (Liga Forte União) e CEO do Fortaleza.

“Os clubes exigem protagonismo maior. São os clubes que têm os torcedores, não existe um torcedor de federações”, acrescentou Alessandro Barcellos, presidente do Internacional.

A despeito das críticas, no lançamento de sua candidatura, a chapa de Samir Xaud afirmou que o bloco nasceu “com o compromisso de transformar a administração do futebol por meio da transparência, da inclusão e da modernização da gestão”.

Presidente da Federação Paraense, Ricardo Gluck Paul, afirmou que todos são “sócio da mesma dor” e que acredita que “esse distanciamento inicial vai sendo superado à medida que o diálogo se estabelece com mais transparência e firmeza”. Paul será um dos oito vice-presidentes da CBF.

O mandato do novo presidente da CBF será vigente de 2025 a 2029.

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