Mais uma vez a arbitragem brasileira quase estraga completamente um jogo tão esperado como o entre Palmeiras e Flamengo.
O pênalti não é chamado de penalidade máxima à toa. Em tese é a falta cometida para evitar o gol, embora, na prática, seja qualquer uma dentro da área. Vá lá.
O pênalti marcado logo aos 11 minutos para o Palmeiras, sem que até o VAR, por atraso tecnológico da milionária CBF, porque incapaz de demonstrar se a bola havia tocado o braço do rubro-negro dentro ou fora da área, beirou o crime.
Fosse convertido e aí sim teria sido criminoso.
O VAR, pelo mundo afora, já serviu para avacalhar com o espírito da lei do impedimento por flagrar diferenças milimétricas em lances que antes eram considerados como mesma linha.
Para sorte do leviano assoprador de apito, o goleiro argentino Agustín Rossi defendeu a cobrança do uruguaio Piquerez e pegou o rebote dos pés do menino Estêvão, em tarde de despedida da casa verde.
O pecado acabou por ser o único lance digno de repercussão no decepcionante primeiro tempo do jogo mais esperado até aqui no Campeonato Brasileiro.
No segundo houve mais.
A começar por novo pênalti inexistente, agora de Murilo ao dar leve toque em Dom Arrascaeta. O uruguaio se jogou, iludiu VAR e assoprador e converteu o 1 a 0, quando, diga-se, o Flamengo era melhor e controlava o clássico.
A partida ganhou novo colorido, com os alviverdes na pressão inócua e os rubros-negros capazes de suportá-la, para terminar com a ampliação do placar em jogada do jovem Wallace Yan, culminada por Ayrton Lucas, ambos vindos do forte banco carioca.
A vantagem do Palmeiras para o Flamengo que era de quatro pontos caiu para um e deixa mais acesa a luta pela liderança do Brasileirão, que tem bons jogadores, boa presença de público e péssima arbitragem, só melhor que o comando do futebol nacional, simplesmente abaixo da crítica e sob permanente suspeita e comprovação de corrupção.
Dureza
O São Paulo perdeu para o Mirassol por 2 a 0, no Morumbi, e perdeu também, mais uma vez, o veterano Oscar, que claramente não suporta o calendário nacional e ganha seu rico salário honestamente no departamento médico.
O Corinthians ganhou um ponto precioso ao empatar sem gols com o Galo, no Terreirão, mesmo com time misto, mas perdeu o jovem Yuri Alberto por bom tempo, ossos, quebrados, do ofício, em lance acidental.
É grave a crise.
Moleza
Do novo, de idade, presidente da CBF, em discurso de posse revelador ao agradecer aos seus familiares e amigos: “Eles sabem de onde eu vim e o que eu fiz para chegar até aqui”.
Nós também, Samir Xaud.
Tão doce!
Sebastião Salgado era torcedor do mineiro América e dizia ter também o coração tricolor do Fluminense.
Contava que Pelé salvou a vida dele quando mencionou o nome do Rei na cobertura do genocídio em Ruanda e foi confundido com um francês pelos guerreiros tutsis.
O futebol não teve a sorte de ser objeto das lentes do fotógrafo que registrou o mundo em preto e branco e contrastava o realismo de suas imagens com a doçura de suas palavras.
Em um mês o planeta se despediu de três humanistas imortais: Papa Francisco, Pepe Mujica e Tião Salgado.