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Infeliz no trabalho? Saiba quais podem ser as causas – 25/05/2025 – Carreiras

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Você está ou conhece alguém infeliz no trabalho? Na edição de hoje, trazemos três relatos que expõem motivos que levam as pessoas ao desânimo, comum em ambientes corporativos. Fomos atrás de especialistas que explicam como detectar esse sentimento e soluções para seguir em frente.

Trabalho demais…

Uma estudante de administração que não quis se identificar era analista júnior de tesouraria em uma multinacional quando percebeu que algo estava errado em seu trabalho. Tinha como função conferir gastos e pagamentos da empresa.

Via a convivência com os colegas como lado positivo do dia a dia. Algumas realidades da empresa, porém, a incomodavam: poucos funcionários para realizar atividades e rotina de trabalho além do horário comercial todos os dias.

O excesso de trabalho e a falta de perspectiva de crescimento deixavam ela cada vez mais desanimada. Em seis meses, acumulou 300 horas extras.

…ambiente tóxico

Uma estudante de direito estagiava em um escritório de advocacia e explicou como sua experiência contribuiu para que ela se sentisse infeliz. Ela sentia muito exausta e angustiada com a rotina e o ambiente competitivo e hierarquizado e disse que não dormia e faltava nas aulas da faculdade.

“Piadas” de cunho machista e homofóbico era comuns, relata. Diz ainda que não sentia abertura para comentar que estava incomodada.

Algo semelhante aconteceu com uma estudante de artes visuais, que preferiu não se identificar. Ela trabalhava como estagiária em uma empresa de eventos e tinha responsabilidades para além do seu escopo.

A estagiária comenta que sua chefe sempre fazia comentários em tom de ameaça e até homofóbicos.

Os relatos não são exceção: um levantamento da The School of Life em parceria com a Robert Half revelou que 26,72% de 387 liderados assumem não estar contentes em suas posições.

Existem sinais de que você pode estar infeliz e insatisfeito com sua posição, afirma Wanderley Cintra Jr., psicólogo especializado em ambiente corporativo. Sentir-se aprisionado e sem espaço para ser autêntico são alguns deles.

“Eu estou trabalhando e não tenho mais liberdade de falar para você: ‘Pô, eu não gostei desse comentário. Não foi legal”‘ é um exemplo dessa falta de liberdade que alguns funcionários podem sentir.

As histórias das estudantes mostram que não existe um único causador desse sentimento negativo: pode estar associado à pressão sentida, ao trabalho em excesso, a competição constante e as pessoas da equipe.

Ainda, a frustração de expectativas sobre salário, funções e planos de carreira também impactam na geração da infelicidade. O psicólogo elenca alguns problemas que podem se desencadear:

  • Maior desgaste corporal, como dores no estômago, cabeça e dificuldade para dormir;
  • Menor valorização dos momentos de lazer (há uma grande preocupação e culpa em tirar folgas, por exemplo);
  • Falta de autocuidado (como tomar água, se alimentar direito, e até questões básicas de higiene).

A longo prazo, pessoas afetadas podem ter problemas graves de saúde mental, como burnout e quadros depressivos e ansiosos.

O que fazer se você se sente assim? O mais indicado é procurar um novo emprego. Algumas pessoas, porém, não têm condições de buscar outras oportunidades tão rapidamente porque dependem do dinheiro.

Então, o primeiro passo é encontrar algum membro de confiança na empresa para expressar sua insatisfação. Seu gestor direto seria a pessoa ideal por conviver com você no dia a dia. Mas, se o seu caso for semelhante ao relato da estudante de artes visuais, pode não haver uma abertura para falar com ele.

↳ Conversar com o RH pode ser uma boa solução, diz Diana Gabanyi, CEO da The School of Life. A equipe pode encaminhar para pessoas capacitadas como um psicólogo corporativo.

Depois, tente negociar alguns pontos relacionados à sua infelicidade. Se você está insatisfeito com sua área de atuação, veja se não é possível fazer uma realocação; se o problema for a falta de algum benefício, questione se não é possível alterá-lo.

  • A estudante de administração, por exemplo, conversou com a equipe sobre estar infeliz. Ela recebeu uma proposta para trocar de área, mas já tinha chegado no seu limite.

Spoiler…As três personagens dos relatos acima deixaram seus empregos para buscar novas oportunidades. É uma saída, mas não a única.


Conselhos de CEO

Profissionais em cargos executivos dão dicas para quem está em início de carreira

Sobre ele: formado em administração de empresas pela FGV, fundou a NAMU, em 2015, plataforma de saúde e bem-estar que combina tecnologia e inovação e democratiza o acesso a hábitos saudáveis com foco em prevenção, diagnóstico, orientação e práticas para a saúde física, mental e nutricional.

Meu primeiro emprego… Foi como estagiário no maior banco de atacado da época. Atuei na área de análise de crédito e risco de empresas, onde pude estar próximo de grandes profissionais e professores do setor financeiro.

O que eu faria diferente… Logo após o estágio, iniciei minha trajetória empreendedora no setor de higiene e beleza. Se pudesse voltar atrás, teria trabalhado por mais tempo como colaborador para vivenciar cenários e desafios mais diversos e ampliar minha visão do mundo corporativo, além de ter uma compreensão mais profunda da dinâmica e aspirações dos colaboradores dentro de uma organização.

Um erro do qual não esqueço… Estava tão obcecado por objetivos muito específicos que perdi a visão do todo, deixando passar oportunidades maiores. Estava tão focado nas “formigas” que não percebi que um “elefante” passava bem na minha frente.

Uma habilidade essencial… Manter a humildade sempre. Como diz o ditado: “Só sei que nada sei”. Estamos em um processo contínuo de desconstrução e reconstrução, de aprendizado e evolução. Quem sobe num pedestal corre o risco de se tornar uma estátua petrificada e, de cima, só enxerga o próprio ego.

Um conselho para jovens profissionais… Busquem, o quanto antes, uma profissão ou atividade que mova a sua alma e que traga entusiasmo e prazer no dia a dia. Quando fazemos o que gostamos, tanto o sucesso na carreira, quanto as conquistas materiais serão uma consequência natural. Mesmo que o caminho exija mais esforço, com resiliência, ele se tornará viável.

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