Não é só o decreto de alta do IOF que enfraquece o governo Lula e deixa Brasília à deriva. É a ausência dos líderes governistas na defesa da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na desonrosa audiência no Senado.
A baixaria orquestrada por um trio de senadores para derrubá-la em prol da alegria do agro. O desmonte das regras de licenciamento ambiental sem resistência em ano de COP30 no Brasil.
O circo da CPI das Bets com a influenciadora Virginia Fonseca e a inércia das autoridades diante do descontrole dos jogos de azar.
Na tribuna, senadores se revezam para falar de Lava Jato, anistia, defesa de benesses, jabutis e projetos corporativistas.
A falta de agenda no Congresso, enquanto lideranças políticas e autoridades do Executivo perdem tempo em viagens para discutir (entre eles mesmos) a agenda Brasil em seminários luxuosos organizados fora do país.
A polarização no ápice. No topo da agenda, vídeos para lacrar. A reforma ministerial de Lula, que não aconteceu. A ausência de um debate sério para ajudar a economia brasileira.
As taxas de juros nas alturas e a resistência ao corte de despesas. O velho populismo de sempre para ganhar as próximas eleições.
A escalada das brigas entre os ministros mais importantes da Esplanada —Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil)— e o isolamento crescente da área econômica.
O ministro Flávio Dino prega a transparência para as emendas parlamentares e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, canta na casa do presidente do iFood, Diego Barreto. O mesmo iFood que conseguiu na Justiça não pagar mais de meio bilhão de reais de impostos.
A relação incestuosa de familiares da cúpula do Judiciário brasileiro que atuam como advogados nas causas. Os penduricalhos crescentes nos salários dos membros do Judiciário que afrontam o contribuinte e os atropelos entre os três Poderes.
O trem saiu do trilho. O primeiro semestre está acabando, e as festas de São João estão aí. Vão todos sair para comemorar.