/ May 29, 2025

Consumo cauteloso marca início de 2025 no Brasil – 28/05/2025 – Mercado

Receoso com a piora da economia, o consumidor brasileiro tem feito escolhas mais cautelosas no início de 2025. Ele diversifica mais as compras, leva porções menores, busca mais promoções e sai menos de casa para comer, de acordo com levantamento da Kantar Worldpanel sobre o consumo de alimentos e bebidas no primeiro trimestre do ano.

Em relação ao mesmo período do ano passado –quando o consumidor estava “gastão”, segundo a pesquisa–, os domicílios passaram a incluir, em média, dois tipos a mais de produtos nas compras do mês. Isso significa que as famílias estão escolhendo maior variedade. As categorias que mais contribuíram para esse aumento foram pão industrializado, água mineral, farinha de trigo, detergente de roupa líquido e leite UHT.

Ainda assim, houve queda no volume comprado em 55% das 122 categorias monitoradas. Puxado pela menor quantidade de itens nas categorias leite pausterizado, limpador brilho, sorvete, água de coco e maquiagem.

Para caber no orçamento, os “pacotinhos” ganharam espaço, principalmente alimentos e bebidas. Mercearia Salgada, (8,3%), perecíveis (6,1%), bebidas (8,3%), e mercearia doce (7,1%), tiveram aumentos maiores em unidades do que em volume, evidenciando o uso de embalagens menores.

Ao mesmo tempo, os produtos premium ganharam participação —essa faixa de preço teve menor aumento de preço (3,4%), comparada às faixas convencional (6,1% de aumento) e econômica (8,3%).

Essa tendência de valorização do premium também aparece em categorias como café torrado, óleo de soja e iogurtes.

No café torrado, mesmo com aumento expressivo no preço médio (21,9%), as unidades vendidas cresceram 5,1%, indicando que o consumidor segue priorizando a categoria, possivelmente migrando para versões mais sofisticadas, como cafés especiais ou cápsulas, especialmente em embalagens menores.

O óleo de soja também encareceu (17,5%), mas manteve leve crescimento em unidades (0,5%), o que sugere, segundo o Kantar, estabilidade de consumo com foco em marcas mais confiáveis, sustentado pelo aumento da busca por promoções.

Nos iogurtes, o cenário é de queda em unidades (-5,9%) com alta de 16,2% no preço. Aqui, diz o relatório, o consumidor parece reduzir o volume, mas não abandona a categoria —optando por versões de maior valor agregado, como iogurtes proteicos ou funcionais, buscando manter a qualidade com controle de gasto.

Comer em casa vs. sair para comer

Fora de casa, o consumo de comida e bebida diminuiu. Em comparação com o ano passado, houve uma queda de 8,3% no número de itens comprados (como pratos, bebidas ou lanches) e de 20,9% no volume total consumido.

A pista do porquê está no preço. Comer fora ficou mais caro, especialmente no almoço (R$ 35,40, aumento de 22,1%), enquanto o café da manhã ficou mais barato (R$ 13,40, queda de 19,8%).

O contraste entre casa e restaurante também aparece na escolha da proteína. O ovo foi o item que mais cresceu nas casas brasileiras, especialmente no café da manhã, por ser mais barato e fácil de preparar do que outras proteínas, analisa a pesquisa. Mesmo com a disparada de preços e maior inflação do Plano Real.

Para comer fora, entretanto, a lógica dos brasileiros, segundo a Kantar, é: já que vai pagar caro, é melhor comer algo melhor. O bife cresceu 19,3 pontos percentuais desde o início de 2024 e é a escolha preferida para comer nos restaurantes, seguido por queijo (alta de 5,1 pontos percentuais).

A Geração Z (jovens de 16 a 30 anos) foi a que mais reduziu o consumo fora de casa, principalmente nos alcoólicos. Em vez de gastar com lanches ou bebidas avulsas, jovens têm dado preferência para refeições completas e práticas. Além disso, aumentou o consumo de bebidas não alcoólicas, como água e café.

O jeito de fazer compras também vem mudando. Agora, os consumidores estão indo a mais lugares —em média, usam oito tipos de lojas diferentes no mês (uma a mais que o ano passado). O pequeno comércio, como mercadinhos de bairro, cresceu entre as classes C e D/E.

Já o varejo tradicional atrai quem busca produtos melhores e com desconto. E o e-commerce (compras pela internet) bateu recorde, adotado por 33,4% das famílias entrevistadas.

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