Após seis semanas de depoimentos de 38 testemunhas, o julgamento que representa um dos maiores desafios ao poder online foi concluído nesta terça-feira (27). Agora, o futuro da gigante das redes sociais está nas mãos de um juiz federal.
O processo ocorreu no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito de Columbia. Entre as testemunhas, estava o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, que foi questionado por advogados do governo que o acusaram de adquirir o Instagram e o WhatsApp em uma estratégia de “comprar ou enterrar” para consolidar o monopólio de sua empresa nas redes sociais.
A Meta se defendeu dizendo que enfrenta muita concorrência de rivais, incluindo TikTok e YouTube, e que beneficiou os aplicativos iniciantes com recursos.
Agora, ambas as partes terão a oportunidade de apresentar relatórios complementares nos próximos meses. O juiz James E. Boasberg, que preside o caso, disse que trabalharia “rapidamente” para emitir um parecer sobre se a Meta infringiu a lei.
Boasberg analisará a acusação do governo de que a Meta, então conhecida como Facebook, pagou a mais ao comprar o Instagram em 2012 por US$ 1 bilhão e o WhatsApp em 2014 por US$ 19 bilhões para eliminar seus concorrentes.
O governo argumentou que a Meta violou a Seção 2 da Lei Antitruste Sherman, de 135 anos, uma lei federal que proíbe a monopolização de um setor por meio de práticas anticompetitivas.
A decisão do juiz tem o potencial de remodelar o poderoso negócio de rede social da Meta, que ajudou a definir o cenário das redes sociais desde que Zuckerberg cofundou o Facebook em seu dormitório em Harvard em 2004.
A Comissão Federal de Comércio pediu preventivamente ao juiz que obrigasse a Meta a se desfazer do Instagram e do WhatsApp e, se bem-sucedido, esse pedido poderia alterar fundamentalmente a dinâmica de poder no Vale do Silício.
Boasberg disse que a questão principal que ele deve responder é como definir as redes sociais, que mudaram rapidamente na última década, à medida que as plataformas se ramificaram para entretenimento, jogos e comércio.
A Comissão Federal de Comércio tentou definir o mercado de forma restrita, afirmando que a Meta compete apenas com outros aplicativos que conectam amigos e familiares, principalmente o Snapchat, da Snap. A Meta alega que os usuários acessam principalmente o Facebook e o Instagram para assistir a vídeos curtos para entretenimento, o que torna o TikTok, o YouTube e outros concorrentes.