O movimento VAT (Vida Além do Trabalho) decidiu aderir ao grupo de movimentos sociais e centrais sindicais que promoverão um plebiscito popular entre julho e setembro sobre o fim da escala 6×1, a redução da jornada de trabalho e a isenção do Imposto de Renda no Brasil.
“As pautas do plebiscito são de extrema importância e afetam diretamente a classe trabalhadora. […] Entramos porque sabemos que a mudança que queremos para o país não virá apenas das ruas, ela precisa se traduzir também em força social e política organizada”, afirma o grupo em nota.
Fundado por Rick Azevedo, atual vereador pelo PSOL no Rio de Janeiro, o movimento ganhou projeção nas redes sociais a partir de 2023, compartilhando vídeos que criticavam jornadas exaustivas. Eles dizem que participarão promovendo debates, comitês populares e formação política sobre a importância da consulta.
Enviaram ainda uma delegação para participar do curso de formação de multiplicadores do plebiscito, que acontece nesta quinta (29) até domingo (1º) na Praia Grande (SP), na Colônia de Férias Sinergia da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Também participam da coordenação centrais sindicais como UGT e Força Sindical, partidos de esquerda como PT e PSOL e movimentos sociais como MST, MTST e UNE, além das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
“O plebiscito popular se consolida como a principal iniciativa dos movimentos populares neste ano”, diz Igor Felippe Santos, integrante da organização, sobre a adesão do movimento Vida Além do Trabalho.
A votação terá duas perguntas, com as formulações: “Você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e do fim da escala 6×1?” e “Você é a favor de que quem ganha mais de R$ 50 mil mensais pague mais imposto para que quem recebe até R$ 5.000 mensais não pague imposto de renda?”.
O projeto de isenção é uma das prioridades legislativas do governo Lula (PT) neste ano. Na semana passada, parte dessas entidades se reuniu com o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, no Palácio do Planalto, e pediu que o presidente vote no plebiscito.
Ele acontecerá de 1º de julho a 7 de setembro, com votação em cédulas em locais como sindicatos, igrejas e sedes de associações e movimentos pelo país.
Não há previsão de comparecimento. Em 2002, um plebiscito contra a criação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) atraiu 10 milhões de pessoas. Em 2014, outro em defesa de uma Assembleia Constituinte teve 5 milhões de votantes.