/ May 31, 2025

Argentina: Investidor estrangeiro para reforçar reservas – 29/05/2025 – Mercado

Após sete anos, o governo da Argentina volta ao mercado internacional de dívida ao concluir a emissão de US$ 1 bilhão por meio de um título voltado a fundos de investimento estrangeiros cotado em pesos argentinos, mas que é comprado com dólares.

A operação de dívida tem objetivo de aumentar as reservas do BCRA (Banco Central da República Argentina), em um momento em que há necessidade de acumular moeda estrangeira para cumprir com as metas estabelecidas no novo acordo do país com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Segundo informa o Ministério da Economia, o título de cinco anos terá uma taxa fixa de 29,5% ao ano, considerada elevada pelos analistas de mercado. Os títulos terão vencimento em 30 de maio de 2030.

Ao anunciar a nova operação, o secretário de Finanças, Pablo Quirno, destacou que foram recebidas 146 ofertas de investidores internacionais, totalizando 1,94 trilhão de pesos, o que representa um valor final de US$ 1,694 bilhão.

Quirno acrescentou que ela permite a troca de dívida em moeda local por recursos do exterior, aumenta as reservas do banco central sem gerar nova dívida líquida e prolonga o prazo médio das obrigações em pesos.

É a primeira vez em sete anos, desde a crise de 2018, que a Argentina emite dívida a investidores privados não residentes no país. Isso será feito com a legislação local, aproveitando a flexibilização dos controles cambiais dada pelo governo em abril —com o fim do chamado “cepo” (limite para a compra de dólares) para pessoas físicas.

Com a operação, o ministro da Economia, Luis Caputo, disse que a Argentina volta a acessar o mercado internacional de títulos após um longo intervalo. Caputo havia sido o último funcionário de governo a fazer a operação, quando fazia parte do governo de Mauricio Macri.

Embora o mercado já estivesse esperando um novo título vinculado ao peso argentino, a nova emissão é diferente. O bônus, chamado de Bonte 2030, permitirá que os investidores usem dólares e recebam pesos na data de vencimento, regido por lei local, não pela jurisdição de Nova York, normalmente usada para os títulos internacionais.

O novo título também tem uma cláusula de recompra que os detentores podem ativar em maio de 2027, garantindo um resgate automático se solicitado. Os dólares obtidos com essa operação poderão ser usados para contabilizar a meta de acumulação de reservas com o FMI.

De acordo com estimativas divulgadas por consultorias argentinas, o BCRA precisa acumular cerca de US$ 4 bilhões em três semanas.

“29,5% de taxa anual está acima de todas as estimativas que li em diferentes relatórios. A faixa de consenso para as curvas de peso ficou entre 22% e 28%, e algumas pessoas muito otimistas chegaram a vê-la ainda mais baixa”, avaliou o diretor da consultoria Outlier, Gabriel Caamaño.

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