/ Jun 01, 2025

Dívida pública do Brasil cresce e atinge 76,2% do PIB – 30/05/2025 – Mercado

A dívida bruta do Brasil voltou a subir em abril e atingiu 76,2% do PIB (Produto Interno Bruto) —saldo de R$ 9,2 trilhões. Em relação ao mês anterior, houve uma alta de 0,3 ponto percentual, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (30).

A variação mensal foi influenciada principalmente pela pressão de 0,7 ponto de alta gerada pelos gastos com juros da dívida. No sentido contrário, o efeito contábil do crescimento do PIB retirou 0,4 ponto percentual e o efeito da valorização cambial contribuiu com alívio de 0,1 ponto percentual, limitando o crescimento da dívida bruta do país.

A dívida bruta que compreende governo federal, INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e governos estaduais e municipais—, é um dos principais indicadores econômicos observados pelos investidores na hora de avaliar a saúde das contas públicas do país.

A comparação é feita em relação ao PIB para mostrar se a dívida do governo é sustentável. A trajetória da dívida bruta é hoje um dos focos de preocupação do mercado financeiro.

Cerca de 50% dos títulos emitidos pelo governo são remunerados pela taxa básica de juros, que segue em alta. Na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), a Selic atingiu 14,75% ao ano —maior nível registrado em quase duas décadas.

A elevação dos juros gera automaticamente uma pressão adicional sobre o endividamento da União. Cada um ponto percentual de aumento da Selic, mantida por 12 meses, eleva a dívida bruta em R$ 50 bilhões (0,41 ponto percentual do PIB), segundo o Banco Central.

Pela metodologia do FMI (Fundo Monetário Internacional), que passou a ser incorporada pelo BC na divulgação de suas estatísticas, a dívida bruta do Brasil atingiu 88,5% do PIB em abril, ante 88,3% no mês anterior.

Neste conceito, toda a dívida mobiliária do Tesouro Nacional na carteira do Banco Central é considerada no cálculo. A autoridade monetária, por sua vez, desconsidera isso em sua metodologia e inclui as operações compromissadas.

A dívida líquida, que desconta os ativos do governo, subiu 0,1 ponto percentual no mês e chegou a 61,7% do PIB em abril —saldo de R$ 7,4 trilhões. Esse é o maior nível desde setembro de 2024.

Ainda segundo dados do BC, o setor público consolidado brasileiro registrou superávit primário de R$ 14,1 bilhões em abril, ante resultado superavitário de R$ 6,7 bilhões no mesmo mês do ano passado.

O montante engloba os resultados de governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social), governos estaduais e municipais e de empresas estatais.

O saldo positivo das contas públicas em abril foi puxado pelo superávit de R$ 16,2 bilhões do governo central. As empresas estatais, por sua vez, tiveram déficit de R$ 1,4 bilhão, enquanto os estados e municípios foram deficitários em R$ 659 milhões. No mês passado, a despesa com juros foi de R$ 78,3 bilhões.

O chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, ressaltou que o aumento do resultado primário do governo central deve-se ao crescimento mais acelerado das receitas.

Segundo dados do Tesouro Nacional, a despesa total do governo central cresceu 2,5% em abril ante igual mês do ano passado, já descontada a inflação do período. A receita líquida de transferências, por sua vez, subiu 5,1% no mês passado, já livre do efeito de preços.

“O aumento do resultado do setor público consolidado foi integralmente ou quase integralmente devido ao governo central”, ressaltou Rocha.

Em 12 meses, o setor público consolidado acumula déficit de R$ 6 bilhões (0,05% do PIB). “Tem uma tendência de redução do déficit do setor público se aproximando de zero na medida que os superávits ao longo do ano vão crescendo em relação ao mesmo período do ano anterior”, afirmou o técnico do BC.

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