O consumo das famílias brasileiras e os investimentos cresceram no primeiro trimestre de 2025, com resultados inferiores aos do mesmo período do ano passado e superiores aos verificados no último trimestre de 2024.
É o que apontam os dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com os três meses finais de 2024.
O consumo teve alta 1% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. O indicador, considerado o motor da atividade econômica pela ótica da demanda —ou seja, dos gastos com bens e serviços— responde por cerca de 60% do PIB.
Os investimentos produtivos, medidos pelo indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), avançaram 3,1% no primeiro trimestre, em relação aos três meses imediatamente anteriores.
Na comparação com o mesmo período de 2024, a despesa de consumo das famílias cresceu 2,6%, influenciada pelo aumento na massa salarial real e do crédito, apesar dos juros maiores, segundo o IBGE.
O investimento avançou 9,1%, quinta alta nessa comparação, após alta de 9,4% no quarto trimestre de 2024. “O desempenho foi puxado pelo crescimento da atividade de construção, da produção nacional e importações de bens de capital, com destaque para a importação de uma plataforma de petróleo da China, além da alta no desenvolvimento de softwares”, diz o IBGE.
As exportações de bens e serviços cresceram 1,2%. As importações avançaram 14%.
Segundo o IBGE, nas exportações de bens, as maiores contribuições vieram de veículos automotores; agropecuária; papel e celulose; e derivados do petróleo. “Nas importações de bens, a alta se deu principalmente por: outros equipamentos de transporte; máquinas e aparelhos elétricos; produtos químicos; e máquinas e equipamentos.”
Pelo lado da oferta, o destaque do PIB foi a agropecuária, que respondeu por 25% do crescimento do primeiro trimestre. No lado da demanda, isso se refletiu principalmente em dois indicadores: as exportações, que mostram a parte da safra já vendida para o exterior; e a variação de estoques, que é a parcela da colheita que ainda será vendida. Este último indicador (estoque) registrou o maior valor desde o primeiro trimestre de 2021.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, afirma que, do lado da demanda, quem está puxando mais o crescimento é o investimento.
“O investimento tem muito a ver com importação e com internet e desenvolvimento de sistemas [softwares]”, afirma Palis. Na comparação interanual, também se destacam o aumento das obras de construção civil e da produção nacional de máquinas e equipamentos.
MERCADO DE TRABALHO
O início de 2025 ainda foi marcado por sinais de força no mercado de trabalho, com desempenho positivo no emprego formal e na renda. Além disso, houve recuperação da agropecuária, com projeção de safra recorde de grãos.
São fatores que, segundo analistas, tendem a espalhar estímulos por diferentes componentes da atividade econômica, incluindo consumo e investimentos.
Por outro lado, o país convive com um choque de juros praticado pelo BC (Banco Central) para tentar frear a inflação, que afeta o bolso do brasileiro.
O aperto monetário dificulta o consumo e os investimentos, já que o crédito fica mais caro para famílias e empresas.
CONSUMO DO GOVERNO, EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Sob a ótica da demanda, o cálculo do PIB ainda abrange consumo do governo, exportações e importações.
Na comparação com o quarto trimestre de 2024, o consumo do governo teve alta/baixa de X,X% nos três meses iniciais de 2025, apontou o IBGE.
Enquanto isso, as exportações avançaram/recuaram X,X%. As importações subiram/caíram X,X%.