O PIB (Produto Interno Bruto) da agropecuária voltou a puxar o indicador nacional neste início deste ano. A evolução da agropecuária foi 12,2% no primeiro trimestre, em relação ao quarto do ano anterior. Em comparação ao primeiro trimestre de 2024, a alta atingiu 10,2%.
Era um crescimento esperado, em vista da safra recorde de grãos que o país está tendo neste ano, após um período conturbado pelo clima em 2024.
Quando a produção de soja vai bem, o que ocorreu neste ano, o PIB dos três primeiros trimestres tem evolução satisfatória. A soja tem participação de 50% na produção total de grãos do país.
Neste ano, o agricultor brasileiro colheu 164 milhões de toneladas da oleaginosa, e a safra total de grãos do país deverá atingir 328 milhões. Além da soja, arroz, milho de primeira safra, uva e fumo, outros componentes importantes neste período do ano, tiveram avanços na colheita.
O bom desempenho da soja reflete em renda maior em todo o país neste ano, à exceção de, mais uma vez, o Rio Grande do Sul. A produção nacional cresce 13,3% em comparação à de 2024.
As regiões Norte e Nordeste aumentaram o volume colhido em 9%; a Sudeste e a Centro-Oeste, em 22%. Já o Sul mais uma vez é vítima do clima e terá uma redução de 0,7%, caindo para 39 milhões de toneladas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O Sul representa 26% da produção nacional de soja.
Paraná e Santa Catarina têm avanços, mas o Rio Grande do Sul ficou longe da produção prevista para o período. O estado terá uma safra de soja de apenas 15 milhões de toneladas, 18% a menos do que o potencial inicial esperado. A produtividade no estado caiu 22%.
A produção da soja se concentra mais em Mato Grosso, estado que detém 25% do volume nacional. Outras unidades da federação, porém, também se beneficiam desse aumento. Entre elas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão e Ceará. Neste último, o crescimento foi de 36%, conforme os dados do IBGE.
O Rio Grande do Sul perde na soja, mas ganha em quatro outros importantes produtos das lavouras brasileiras: arroz, milho, fumo e uva. Neste ano, a produção nacional de arroz atingiu 11,9 milhões de toneladas, e 68% desse volume se concentrou no Rio Grande do Sul.
O estado é importante também na produção nacional de fumo em folhas, que subiu para 785 mil toneladas, 25% a mais do que em 2024. Os gaúchos foram responsáveis por 342 mil toneladas. A produção de uva aumentou 40% no estado, que detém 47% do volume nacional.
O milho também participa dessa evolução do PIB do primeiro trimestre. A safra de verão chegou a 26 milhões de toneladas, 12,5% a mais do que a do ano passado. O Sul, principalmente com a ajuda do Rio Grande do Sul, elevou a produção para 10,5 milhões, 20% a mais do que em 2024.
A segunda safra do cereal, a chamada safrinha de inverno, está prevista para 102,5 milhões de toneladas, com crescimento de 11,6%, mas esse volume entra na conta do PIB dos próximos trimestres.
A participação da pecuária completa a evolução do PIB. O abate de bovinos cresceu 3,8% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2024. Na suinocultura, a evolução foi de 1,4%, e na avicultura, de 2,3%. A produção de leite aumentou 3,1%, segundo o IBGE.