O presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Romeu Tuma Júnior, anunciou nesta sexta-feira (30) a data da assembleia dos sócios que vai definir o futuro de Augusto Melo. A votação do impeachment do presidente do clube será em 9 de agosto, no Parque São Jorge.
As condições para participar da votação são as mesmas da eleição presidencial: ter mais de cinco anos de associação, ser o titular do plano e estar com as mensalidades em dia.
Caso os sócios ratifiquem a decisão do Conselho Deliberativo de destituir o dirigente, uma nova eleição presidencial irá acontecer para definir o mandatário até o fim de 2026. Porém, apenas os conselheiros do clube poderão participar dessa vez.
Se os sócios votarem contra o afastamento, Melo será reconduzido ao cargo. Até a data da assembleia, o time alvinegro será presidido por Osmar Stabile, que assumiu o posto logo após o afastamento do cartola.
O pedido de impeachment do mandatário é baseado em acusações de supostas irregulares no contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet.
Quatro dias antes da votação no conselho, Melo foi indiciado pela Polícia Civil sob suspeita de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. O objeto da investigação é justamente o acordo com a casa de apostas e o destino do dinheiro da comissão paga a um suposto intermediário, que levou a polícia a oferecer uma denúncia ao MP-SP (Ministério Público de São Paulo).
Também nesta sexta-feira, antes do anúncio da data da assembleia dos sócios, o Conselho de Ética do clube oficializou o afastamento de Tuma da presidência do Conselho Deliberativo.
A decisão foi informada pelo órgão quase dois meses depois da votação que definiu o afastamento preliminar, ocorrida em 9 de abril. Nesse período, ele continuou despachando normalmente, como fez na reunião que afastou Augusto Melo.
Sem informar o motivo pelo lapso temporal, o ofício encaminhado à secretaria do Conselho Deliberativo, assinado por Mário Mello, conselheiro e relator do caso, pede apenas que seja cumprida a decisão.
Augusto Melo, ainda na presidência, e o conselheiro Roberto Willian Miguel, conhecido como Libanês, fizeram diversas acusações contra Tuma, entre elas de parcialidade na condução da votação do afastamento de Melo.
Foram três votos contra um para o afastamento de Romeu Tuma Jr. Votaram a favor o relator Mário Mello Junior e os conselheiros Ronaldo Fernandez Tomé e Paulo Juricic, enquanto Rodrigo Vicente Bittar votou contra. Já Roberson de Medeiros, conhecido como Dunga, se absteve, pois o estatuto do clube prevê que ele assuma a posição.
A decisão é liminar e o caso ainda será julgado pela Comissão de Ética. Tuma poderá se defender em audiência, e o parecer final precisará ser ratificado pelo plenário do Conselho Deliberativo do Corinthians.