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CEO da EDP vê lição no blecaute europeu – 02/06/2025 – Mercado

O apagão que atingiu a Europa no fim de abril deixou lições ao setor elétrico sobre a importância do investimento na transmissão entre países como Espanha e França. E o equivalente no Brasil seria a necessidade de apostar mais em transmissão para interligar estados do Norte e do Sul do país.

A avaliação é de Miguel Stilwell d’Andrade, CEO global da empresa de energia portuguesa EDP, que também cita a necessidade de elevar investimentos em armazenagem de baterias e tecnologias de gestão de redes.

“À medida que o sistema vai tendo mais energias renováveis, seja hídrica, eólica ou solar, é importante ter as baterias para também estabilizar a produção e conseguir geri-las melhor. E investir em tecnologia de gestão das redes. Ainda não se apurou a causa do apagão, mas pensa-se que teve a ver com alterações de frequência das redes. Para isso é preciso ter tecnologia de ponta para gerir as redes”, diz Stilwell.

Uma das hipóteses levantadas no debate público sobre o tema foi uma falha de sistema de energia solar espanhol. Também se levantou questionamentos de que o fechamento de usinas convencionais, que utilizam carvão, poderia reduzir a resiliência do sistema diante de imprevistos.

Na última segunda-feira (26), a EDP anunciou a venda de uma última participação, de 20%, que possuía na usina a carvão de Pecém, no Ceará, ficando apenas na gestão do projeto de hidrogênio renovável presente no complexo local.

“Com essa venda, passamos a ter uma matriz 100% renovável no Brasil. O grupo EDP tinha como objetivo sair do carvão até 2025”, diz o executivo.

Também na semana passada, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu recomendar ao governo as prorrogações antecipadas dos contratos de quatro distribuidoras de energia elétrica, entre elas a EDP São Paulo, depois de avaliar que as empresas cumprem com requisitos para manter seus negócios por mais 30 anos.

Semanas antes, a agência reguladora recomendou a renovação da concessão da EDP Espírito Santo sob novas regras que aumentam as exigências para prestação dos serviços aos consumidores.

A medida reforça a plano de investimento da companhia. “Se não tivéssemos a renovação, nós não iríamos investir mais. Tendo a renovação, nosso compromisso é investir os R$ 30 bilhões até 2030”, afirma Stilwell.

Segundo ele, os investimentos têm foco em áreas como eletrificação de clientes que não tenham eletricidade, redução de perdas das redes para dar eficiência, melhoraria da qualidade do serviço com interrupções menos frequentes e mais curtas.

Para lidar com o aumento na frequência de eventos climáticos capazes de derrubar árvores e provocar quedas de energia, como foi o caso do vendaval que atingiu área da Enel em São Paulo na quarta-feira (28), Stiwell afirma que o enterramento de cabos seria uma alternativa muito custosa como solução estrutural.

“É preciso mais investimentos no setor e nas redes, mas não só em postes e cabos. É tecnologia também.

O enterramento dos cabos pode ser usado para situações pontuais. Enterrar todos os cabos seria muito custoso e seria um preço repassado ao consumidor, que teria uma fatura muito mais elevada”, diz.

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