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Projeto de Trump aumentará dívida dos EUA em US$ 2 tri – 04/06/2025 – Mercado

O emblemático projeto de lei tributário de Donald Trump adicionará US$ 2,4 trilhões (R$ 13,5 trilhões) à dívida dos EUA até 2034, alertou a agência fiscal do Congresso, no mais recente golpe ao presidente enquanto ele pressiona o Senado a apoiar a legislação.

O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) disse nesta quarta-feira (4) que o que o presidente dos EUA apelidou de “grande e belo projeto de lei” aumentaria os déficits orçamentários na próxima década, apesar da insistência da administração de que os reduziria.

A estimativa apartidária surge um dia depois de Elon Musk, bilionário apoiador de Trump, atacar o projeto como uma “abominação repugnante”, argumentando que desfaria grande parte do trabalho de redução de custos de seu chamado Departamento de Eficiência Governamental.

Os números alimentarão uma disputa no Capitólio, onde Trump tem tentado persuadir os defensores da austeridade fiscal a apoiarem o projeto, depois que alguns expressaram preocupações sobre seu potencial impacto na já inchada dívida do país.

O mercado de títulos do Tesouro cresceu de aproximadamente US$ 5 trilhões (R$ 28 trilhões) em 2008 para US$ 29 trilhões (R$ 163 trilhões) hoje, à medida que os EUA reduziram impostos enquanto aumentavam gastos. Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, alertou na semana passada que o mercado de títulos “quebraria” se o país não entrasse em um caminho mais sustentável.

A nova legislação estenderia os cortes de impostos introduzidos pelo presidente em 2017, enquanto reduziria programas sociais, incluindo o Medicaid, que fornece assistência médica a americanos de baixa renda e com deficiência. Também aumentaria o teto da dívida, ou limite de empréstimos do governo, em US$ 5 trilhões.

O CBO disse nesta quarta que o projeto reduziria as receitas fiscais em US$ 3,75 trilhões (R$ 21 trilhões) na próxima década, mesmo enquanto corta gastos em US$ 1,3 trilhão (R$ 7,3 trilhões). O número de pessoas sem seguro de saúde aumentaria em 10,9 milhões.

O projeto foi aprovado por margem estreita na Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, no mês passado, mas agora enfrenta uma batalha difícil no Senado. Trump quer assinar o projeto como lei até 4 de julho.

O partido Republicano do presidente controla o Senado por uma margem de 53-47, o que significa que só pode perder o apoio de três senadores para que o projeto seja aprovado na câmara alta do Congresso por maioria simples, considerando que todos os senadores democratas devem votar contra.

A administração Trump insistiu que a legislação desencadeará um aumento no crescimento econômico e diz que as receitas das tarifas de Trump não foram refletidas nas estimativas de seu impacto fiscal.

O relatório do CBO não considerou os efeitos macroeconômicos da legislação, mas o órgão disse separadamente que estimou que as tarifas —como estavam em meados de maio— poderiam reduzir a dívida do país em US$ 2,8 trilhões (R$ 15,8 trilhões) na próxima década.

Mas advertiu que as taxas aumentariam a inflação em uma média de 0,4% este ano e no próximo, enquanto reduziriam o crescimento real do PIB em 0,6% até 2035, à medida que os parceiros comerciais retaliam. Disse que essas estimativas estavam sujeitas a “incerteza significativa”, pois a política tarifária poderia mudar.

Antes da avaliação do CBO sobre o projeto, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que o órgão “historicamente tem estado errado” e o acusou de preconceito contra os republicanos.

“Infelizmente, esta é uma instituição em nosso país que se tornou partidária e política, e estamos muito confiantes em nossas próprias análises econômicas deste projeto. Há US$ 1,6 trilhão em economias”, afirmou Leavitt.

Os democratas usaram o relatório do CBO para criticar a legislação. “Este projeto passou de ruim para pior”, disse Ron Wyden, o principal democrata no comitê de finanças do Senado.

“Se os republicanos do Senado realmente acham que este projeto é a direção certa para os EUA, eles devem aos americanos defendê-lo em público, em vez de aprová-lo às pressas sob o manto da escuridão antes mesmo de saberem o que ele fará com seus eleitores”, afirmou.

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