/ Jun 07, 2025

Gleisi: Reação do Congresso a aumento do IOF foi exagerada – 07/06/2025 – Mercado

A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) disse que considerou exagerada a reação do Congresso e de investidores ao decreto do governo Lula (PT) que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, a ministra afirmou à Folha que a elevação do tributo por decreto era uma atribuição do presidente da República. Apontou, no entanto, que o governo se mostrou disposto a rever a decisão, em diálogo com os deputados e senadores.

“Eu achei que a grita foi muito grande. Não é a primeira vez que se muda o IOF, e acho que não vai ser a última”, declarou. “Mas o governo achou por bem fazer essa interlocução, ouvir o Congresso Nacional e ver quais são as alternativas.”

Quando o aumento do IOF foi assinado, em maio, o Congresso ameaçou revogar o decreto. Para evitar a derrubada, o governo pediu tempo aos parlamentares e vai discutir neste domingo (8) com os presidentes da Câmara e do Senado, além de líderes partidários, medidas de corte de despesas para substituir a elevação do imposto.

“Talvez o pessoal, no momento, não tenha tido condições de avaliar efetivamente o que estava sendo proposto para esse ajuste. Mas tudo bem, não tem problema nenhum sentar e conversar. Faz parte da política.”

Gleisi disse que o governo não vai discutir publicamente nenhuma proposta antes da conversa com o Congresso, mas afirmou que estarão na mesa medidas que poderiam ser aplicadas já em 2025.

“Eu acho que as coisas já se acalmaram. Acho que muita gente entendeu o que o governo tinha que fazer. O que nós temos que fazer agora são questões pontuais para ter sustentabilidade na questão orçamentária e fiscal”, declarou a ministra.

O governo discute um cardápio de propostas para compensar um provável recuo no IOF que inclui uma mudança no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), a revisão de benefícios fiscais e uma maior tributação de sites de apostas, entre outras medidas.

Na entrevista, Gleisi afirmou que a decisão de elevar o IOF foi tomada como um ajuste “dentro do marco regulatório do arcabouço fiscal”.

Antes de assumir o cargo no governo, Gleisi era uma crítica de medidas de corte de gastos, discutidas pelo governo para cumprir o arcabouço. Agora, ela afirma que há compromisso com essas regras e que ajustes recentes foram “suficientes e importantes” para que o modelo tivesse sustentabilidade.

“Nós não temos um problema de desequilíbrio fiscal. Fazer algumas correções no processo não é um problema, considerando a dimensão continental do país, a população e o tamanho do Orçamento.”

A ministra disse ver um “quadro econômico positivo para o Brasil”, citando as projeções de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a geração de empregos e as políticas de bancos públicos de fomento.

“O fiscal é um fator importante? É, mas ele está equilibrado. Vamos lembrar que nós saímos de um déficit de 2,1% [do PIB] em 2023 para um déficit de 0,09% em 2024. Foi um dos maiores ajustes fiscais que a gente fez na história”, afirmou.

Gleisi negou que exista uma contradição entre o cumprimento do arcabouço e a elaboração de programas de governo para recuperar a popularidade de Lula rumo à campanha à reeleição, em 2026.

Auxiliares preparam o lançamento de programas que possam favorecer o presidente. Uma ala do governo defende, inclusive, um reajuste no valor do Bolsa Família no próximo ano, com o objetivo de reverter a queda de popularidade do petista, inclusive entre eleitores de baixa renda.

Segundo Gleisi, não há uma proposta concreta nesse sentido. Ela afirmou que Lula não abrirá mão de manter as políticas de reajuste do salário mínimo acima da inflação e da vinculação do salário mínimo aos benefícios previdenciários. “Se as medidas forem boas, é natural que o presidente seja bem avaliado.”

A ministra apontou a expectativa de que o Banco Central interrompa o ciclo de aumento da taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, em 17 e 18 de junho. Gleisi foi uma crítica da alta da Selic na gestão de Roberto Campos Neto, mas defende as decisões tomadas por Gabriel Galípolo.

“Eu acho que agora a gente começa, pela estabilidade econômica que nós temos, a ter um controle maior da taxa de juros”, declarou. “Não sei o que o Banco Central vai definir, mas eu acho que já estava na hora de essa taxa estancar e começar a diminuir.”

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