/ Jun 09, 2025

Com Burnquist e Naldo, Gramado retoma turismo de negócios – 09/06/2025 – Mercado

A chegada da primeira grande onda de frio antes do início oficial do inverno, no dia 21, coincidiu com a retomada do turismo de negócios em Gramado (RS), com a oitava edição do Gramado Summit.

Realizado entre os dias 4 e 6 de junho, o evento recebeu mais de 21 mil visitantes e deixou para trás as lembranças do inverno tenso e vazio que a cidade enfrentou em 2024, devido aos estragos das enchentes de maio. Gramado não sofreu grandes danos com a chuva, mas viveu meses de incerteza após a inundação e o fechamento, por meses, do aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre.

Marcus Rossi, CEO do Gramado Summit, disse que fazer o evento no começo de junho ajudou a antecipar a alta temporada em Gramado, que normalmente começa na metade do mês e segue até o Dia dos Pais, para compensar um pouco da perda de turistas no ano passado.

“Gramado não tem nenhuma outra matriz econômica, a não ser o turismo. Não pode se dar ao luxo de acabar tendo um mês ou outro ruim, porque toda a nossa estrutura depende disso. Então, a cidade começou a se preparar para rever o seu calendário de eventos”, disse Rossi.

Ele disse que 60% do público do Gramado Summit é de fora do Rio Grande do Sul, e muitos estenderam a estadia para além dos dois dias do evento, retornando apenas neste domingo (8).

Segundo Rossi, Gramado originalmente surgiu como polo turístico para visitantes apelidados de veranistas: pessoas que vinham passar o fim de semana sem muitas atividades.

“A gente deixou de ser aquele turismo bucólico. Isso não existe mais”, disse Rossi. “Gramado acabou se estruturando num modelo mais parecido com Las Vegas e Orlando do que propriamente com aquilo que nos trouxe até aqui. E tudo bem, são momentos e movimentos diferentes. Dessa forma, a gente conseguiu reinventar a nossa economia.”

Essa reinvenção maximalista fica evidente tanto nas ruas da cidade, que já começa a se decorar para o inverno e a chegada de uma nova frente fria, quanto no evento, que trouxe uma combinação diversa e inusitada de mais de 500 marcas expositoras e 353 palestrantes divididos em sete palcos.

A empresária Luiza Helena Trajano abriu o evento, que contou com patrocínio direto da Magalu Cloud, plataforma de computação em nuvem da Magalu voltada para pequenas e médias empresas.

Ao longo do encontro, lideranças de startups e marketing dividiram o palco principal com a sexóloga Cátia Damasceno, o apresentador Rodrigo Faro e o cantor Naldo Benny, que narrou suas histórias de vida em uma palestra chamada “Muito além do meme”.

“Eu não cheguei explodindo em 2012 com vodcaa água de coco, não. Foi muito tempo atrás insistindo em fazer o que hoje foi viralizado”, disse o cantor.

Uma das atrações do encerramento do evento foi o skatista Bob Burnquist, um dos maiores nomes do skate brasileiro, que também esteve presente como expositor da FarmaLeaf — startup de saúde que usa inteligência artificial e tecnologia blockchain para sugerir alternativas naturais, da chamada “tarja verde”, a medicamentos tradicionais de tarja preta.

“Perguntam: ‘Ai, mas o que tem a ver (com o skate)?’. Pô, o que eu mais fiz foi me quebrar, então virei um profissional da cura. No skate, ganha quem cura mais rápido, porque todo mundo vai cair e se machucar. Juntando essas experiências, conectei tudo e, pelo nome que construí, consigo estar aqui palestrando.”

A FarmaLeaf é apenas uma das apostas de Burnquist, que também investe em outros projetos ligados à blockchain e à tecnologia web3. Ele conta que o interesse pelo empreendedorismo surgiu ainda nos tempos de campeonatos, quando passou a se aproximar dos patrocinadores. Mais tarde, fundou uma produtora responsável por seus programas no canal Off e pela realização de eventos de skate.

“Eu sempre estive envolvido na parte de negócios. Mesmo quando minha carreira ainda estava ativa como atleta, eu produzia e competia”, disse Burnquist. “Isso também serve como inspiração para a molecada, mostrando que é importante aprender, se interessar por outros assuntos, porque a gente nunca sabe quando vai precisar conectar essas habilidades.”

Outro destaque da programação foi o empresário David Politanski, fundador do SweetSecrets, um misto de bar no estilo speakeasy – bares secretos dos anos da Lei Seca nos Estados Unidos- e members club, localizado no bairro Cerqueira César, em São Paulo.

Em sua palestra, ele contou como o empreendimento se tornou um dos hubs mais cobiçados de networking no Brasil. “Na minha visão, o paulista gosta muito da experiência. Ele valoriza a exclusividade, a escassez”, disse Politanski.

“Gosto de levar essa palestra não só para São Paulo, mas também para cidades pequenas, por que ali pode ter alguém que vai criar um negócio tão incrível que vai colocar esses lugares de volta no mapa, atraindo pessoas novamente.”

Com a reabertura total do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, em dezembro de 2024, a cidade já retomou suas atividades normalmente. No entanto, a situação expôs um problema antigo da Serra Gaúcha.

“O desafio maior ainda é o logístico”, disse Marcus Rossi. “Quando se tem um aeroporto, e isso antes mesmo das enchentes, em que quase 70% do movimento é para Gramado, é sinal de que a gente deveria ter um aeroporto aqui. A hora que tiver, deve triplicar a quantidade de pessoas que circulam pela região.”

O repórter viajou a convite do Gramado Summit

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