/ Jun 09, 2025

Renault Kwid só se destaca por consumo baixo; veja teste – 09/06/2025 – Mercado

Havia uma grande expectativa pelo lançamento do Renault Kwid, em 2017. O modelo de origem indiana vinha para ser o carro zero-quilômetro mais em conta do Brasil, custando a partir de R$ 29.990. O valor não incluía ar-condicionado nem direção assistida, mas os quatro airbags eram itens de série.

Passados oito anos desde sua apresentação, o hatch compacto chega à linha 2026 com as mesmas características originais: baixo consumo e proposta urbana, sem muitos luxos. O preço, entretanto, já não é um bom argumento para vendas.

O valor sugerido parte de R$ 79.790 na versão Zen, que vem com ar-condicionado e direção com assistência elétrica. Ainda é o carro novo mais “barato” do Brasil, o que mostra como as coisas mudaram de 2017 até agora.

Ser acessível não significa ser um campeão de vendas. O Kwid teve 21.055 unidades emplacadas entre janeiro e maio, segundo a Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos). Foi o 14º carro mais vendido do país, atrás de modelos bem mais caros.

Seus concorrentes diretos também não são bestsellers. Com 26.883 licenciamentos no acumulado do ano, o Fiat Mobi (R$ 79.990) ocupa a sétima posição no ranking, enquanto o Citroën C3 (a partir de R$ 81,4 mil) é o 49º colocado.

Ao dirigir o compacto da Renault, fica mais fácil entender o porquê de o hatch não ser tão procurado. O motorista logo descobre que não há regulagem de altura do seu banco e nem ajustes da coluna de direção. Falta ainda espaço para o pé direito, que não tem qualquer apoio.

O isolamento acústico filtra bem os ruídos externos, mas não o som do motor. O carro interage o tempo todo com os ocupantes, o que não chega a incomodar no uso urbano. É nesse ambiente que o convívio com o Kwid é tolerável, e o carrinho é esperto para seus 71 cv de potência.

A versão avaliada foi a Iconic, que acrescenta central multimídia, rodas pintadas de preto e comandos elétricos para vidros, travas e retrovisores. Custa R$ 86.490, valor ainda mais baixo que o pedido por modelos como Volkswagen Polo Track (R$ 95.790) e Chevrolet Onix (R$ 94,9 mil), que são maiores e acomodam melhor os ocupantes.

O compacto da Renault oferece pouco espaço para as pernas no banco traseiro, que, de fato, só recebe dois ocupantes. Um terceiro passageiro ficaria espremido na porção central do assento.


RENAULT KWID ICONIC

Preço: R$ 86.490 (junho/2025)

Motor: flex, dianteiro, 999 cm³

Potência: 71 cv (etanol) e 68 cv (gasolina) a 5.500 rpm

Torque: 10 kgfm (etanol) e 9,4 kgfm (gasolina) a 4.250 rpm

Transmissão: câmbio manual de cinco marchas

Pneus: 165/70 R14

Peso: 825 kg

Porta-malas: 290 litros

Tanque: 38 litros

Comprimento: 3,73 m

Largura: 1,73 m

Altura: 1,48 m

Entre-eixos: 2,42 m

Aceleração (0 a 100 km/h, em segundos): 15,2 (etanol) e 16,9 (gasolina)

Retomada (80 km/h a 120 km/h, em segundos): 17,3 (etanol) e 18,4 (gasolina)

Consumo urbano (km/l): 12,6 (etanol) e 17,9 (gasolina)

Consumo rodoviário (km/l): 16,6 (etanol) e 23,1 (gasolina)

Autonomia rodoviária com etanol (a 90 km/h): 631 km

Autonomia rodoviária com gasolina (a 90 km/h): 878 km


Em um trecho curto de estrada, o Kwid revelou o seu pior lado. A falta das regulagens que poderiam melhorar a posição de dirigir torna-se mais evidente, e o ruído que não incomoda na cidade se transforma em um som contínuo. Era assim nos compactos mais simples dos anos 1990, mas essa fase já deveria ter sido superada.

Há, contudo, um ponto de destaque: o baixo consumo tanto na cidade como na estrada. O Kwid foi capaz de percorrer 12,6 km consumindo apenas um litro de etanol no uso urbano. Na rodovia, com gasolina no tanque, atingiu a média de 23 km/l, segundo medição feita pelo Instituto Mauá de Tecnologia.

A Renault deve lançar a nova geração do compacto no próximo ano, já como linha 2027 —alguns modelos circulam em testes pelo país ainda sob disfarce pesado. A montadora, que busca elevar o nível de seus produtos no país e se prepara para lançar o SUV médio Boreal, tem a difícil missão de aprimorar seu modelo mais em conta sem que isso se reflita em alta no preço.

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