A emissora de televisão ABC News, de propriedade da Disney, suspendeu o jornalista Terry Moran nesse domingo (9) após ele ter chamado o presidente dos EUA, Donald Trump, e um de seus assessores de “odiadores do mundo” nas redes sociais, o que colocou o maior grupo de mídia do mundo novamente na linha de fogo do republicano.
“Trump odeia o mundo. Mas seu ódio é apenas um meio para um fim, e esse fim [é] sua própria glorificação”, postou Moran no X (antigo Twitter) nesse domingo. O jornalista também afirmou que Stephen Miller, assessor de Trump, “é um homem ricamente dotado com a capacidade de odiar”.
A ABC News suspendeu Moran no domingo e afirmou que avaliaria a situação posteriormente, informou a emissora ao Financial Times. O jornalista apagou a publicação durante o dia.
“A ABC News defende a objetividade e imparcialidade em sua cobertura jornalística e não tolera ataques pessoais subjetivos a outros. A publicação não reflete as visões da ABC News e violou nossos padrões”, disse o grupo em comunicado.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, descreveu a publicação de Moran como “retórica inaceitável e desequilibrada”. “A ABC terá que responder pelo que seu suposto jornalista publicou no Twitter”, disse ela à Fox News no domingo. “Isso demonstra a desconfiança que o público dos EUA tem na mídia tradicional”, complementou.
A ABC News já foi alvo da ira de Trump após seu retorno à Casa Branca. O presidente dos EUA processou a emissora depois que o apresentador George Stephanopoulos deu uma informação falsa ao vivo que Trump havia sido considerado “responsável por estupro”. A Disney pagou em dezembro US$ 15 milhões para a biblioteca presidencial de Trump para acabar com o processo.
Em seu segundo mandato como presidente, Trump intensificou seu ataque à mídia, usando ações judiciais e ameaças regulatórias. Ele processou a CBS News, acusando a rede de editar enganosamente uma entrevista com a rival política Kamala Harris no ano passado, além de aprovar ordens executivas para cortar financiamento federal para emissoras públicas como PBS e NPR.
A Paramount, proprietária da CBS News, está em negociações para resolver o processo com Trump, uma perspectiva que enfureceu a redação da CBS.