A Embraer anunciou nesta quinta-feira (12) que identificou uma demanda global de 10,5 mil encomendas de aviões turboélice e jatos de até 150 passageiros até 2044.
Em comunicado ao mercado, a empresa afirmou que, desse total, a demanda por jatos soma 8.720 e a de turboélices, 1.780 unidades, com um valor de mercado dessas aeronaves que chega a US$ 680 bilhões (R$ 3,76 trilhões).
Segundo a companhia brasileira, o tráfego global de passageiros, medido por receitas por passageiros por quilômetro (RPK), deve crescer 3,9% anualmente até 2044. A China liderará entre as sete regiões globais, com uma taxa de crescimento de 5,7%, seguida pela América Latina (4,7%) e África (4,4%).
“Muitas das mudanças estruturais desencadeadas pela pandemia provaram ser bastante duradouras cinco anos após o seu início”, afirmou o presidente-executivo da divisão de aviação comercial da Embraer, Arjan Meijer, no comunicado. “Acreditamos que frotas mistas que combinem aeronaves ‘narrowbody’ de menor e maior porte são essenciais para esse crescimento de longo prazo”, acrescentou.
Apesar do crescimento maior do mercado de aviação da China, América Latina e África nos próximos anos, o recebimento de jatos será liderado por clientes da América do Norte, com 2.680, seguidos por Europa e Comunidade de Estados Independentes (1.990) e pela China (1.500).
Já nos turboélices as entregas no período serão lideradas por 640 aviões para a região Ásia-Pacífico, 280 para América do Norte e 260 Europa e Comunidade de Estados Independentes.
AIRBUS REVISA PREVISÃO
A Airbus revisou para cima sua previsão de demanda de aviões para os próximos 20 anos nesta quinta-feira, afirmando que o setor de transporte aéreo deverá superar a atual onda de tensões comerciais.
A fabricante europeia de aviões disse que espera que o setor, dominado por ela e por sua rival norte-americana Boeing, forneça 43.420 aeronaves comerciais entre 2025 e 2044, um aumento de 2% em relação à sua previsão anterior de 20 anos, divulgada há um ano.
Isso inclui 42.450 aviões de passageiros, um aumento de 2% em relação à previsão anterior, e 970 cargueiros, um crescimento de 3%.
A Airbus manteve sua projeção anterior de que o tráfego aéreo cresceria em média 3,6% ao ano, apesar de ter cortado meio ponto percentual de sua previsão de crescimento anual do comércio para 2,6% e de ter reduzido ligeiramente sua projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) global para 2,5%.
“Certamente há alguma turbulência devido à recente situação geopolítica e comercial”, disse Antonio da Costa, vice-presidente de análise e previsão de mercado. “Ainda é muito cedo… no entanto, os primeiros sinais estão nos dando algum nível de esperança”, comentou.
A Airbus elevou em 2% a sua previsão de demanda por aviões de corredor único, como a família A320neo e o concorrente 737 MAX, que respondem por quatro de cada cinco entregas. A empresa espera 34.250 desses aviões em 20 anos.
A Airbus revisou para cima suas previsões de entregas de aeronaves de passageiros de fuselagem larga em 3%, para 8.200 aviões. Essa parte do mercado de jatos de longa distância tem apresentado demanda crescente, liderada pelas empresas do Golfo.