O pessimismo do empresariado paulistano diminuiu um pouco, mas as perspectivas, segundo o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), da FecomercioSP, continuam negativas.
Em maio, o índice registrou 99,4 pontos, uma alta de 1,8% em relação ao mês anterior. No entanto, o “clima” só rompe a barreira do pessimismo acima de 100 pontos, o que não ocorre desde março deste ano.
O IEC é formado por três fatores. O único que refletiu otimismo foi o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), que apontou uma leve reação em abril, atingido 129 pontos, uma alta de 4,5%.
Os outros dois componentes do índice ficaram praticamente estáveis em maio. O Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), que mede a percepção dos empresários quanto ao momento atual, atingiu 71,6 pontos —a menor pontuação desde julho de 2021, um recuo de 0,2% ante abril, revelando desconfiança e pessimismo, segundo a FecomercioSP.
Por fim, o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) permaneceu em 97,7 pontos, mesmo patamar de abril.
A FecomercioSP já vinha alertando nos últimos meses que, embora as vendas estivessem apresentando bons resultados, o dia a dia das empresas ainda é de muita dificuldade, com margens apertadas, crédito caro, empréstimos contraídos durante a pandemia (que ainda estão sendo pagos), entre outros fatores que afetam a rentabilidade e a lucratividade.
Frente a uma conjuntura de juros altos, inflação acima do teto da meta, incertezas em relação à política econômica, entre outros fatores, há uma desaceleração do ritmo de vendas em curso, afetando a confiança dos empresários.
A FecomercioSP prevê que essa desaceleração deve se intensificar no segundo semestre.
Com Stéfanie Rigamonti