Os Estados Unidos serão palco a partir deste sábado (14) da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, o primeiro torneio do tipo em sua versão ampliada, com 32 equipes. A largada será dada com o duelo entre Al Ahly, do Egito, e Inter Miami —que tem Lionel Messi como grande estrela—, a partir das 21h (horário de Brasília).

A final está marcada para o dia 13 de julho, no MetLife Stadium, em Nova Jersey, no estilo Super Bowl, maior evento esportivo dos EUA, com três atrações musicais no intervalo: a americana Doja Cat, o colombiano J Balvin e a nigeriana Tems.

O país sedia o evento em meio ao endurecimento das políticas de imigração americanas, com a promessa do presidente americano, Donald Trump, de fazer a maior deportação em massa da história, e também de atritos que ele tem acumulado com países vizinhos –Canadá e México– e outras nações no mundo.

A partida inaugural ocorre na mesma semana em que Trump vive embates com o governador da Califórnia, Gavin Newsom, por protestos anti-imigração que começaram em Los Angeles. Como mostrou o jornal The New York TImes, imigrantes estão com medo de ser alvo da imigração. Torcedores brasileiros do Flamengo que organizam encontros para assistir a jogos, por exemplo, cancelaram as reuniões. O republicano também proibiu a entrada de viajantes de 12 países.

Trump mantém uma relação próxima com o presidente da Fifa, Gianni Infantino, e tem exaltado o tamanho da Copa de Clubes e a importância dela ao país. O torneio servirá como um aquecimento para a Copa do Mundo de 2026, também sediada nos Estados Unidos, em conjunto com Canadá e México.

Um dos desafios da Fifa será engajar o próprio torcedor americano dentro de um país cujo interesse pelo futebol é menor do que por outros esportes. Segundo pesquisa da Gallup publicada em 2024, o futebol americano foi escolhido por 41% dos americanos como o esporte preferido no país. O beisebol (10%) e o basquete (9%) vêm em seguida. Já o futebol tem apenas 5%.

O Brasil tem quatro times no torneio: Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras. A disputa será realizada de modo semelhante à Copa do Mundo, isto é, dividida por fases e grupos. Na fase inicial, serão oito grupos com quatro representantes cada. Duas equipes de cada grupo avançam para as oitavas de final.

Serão 63 partidas, disputadas em 12 estádios divididos por 11 cidades-sede: Atlanta, Charlotte, Cincinnati, Los Angeles, Miami, Nashville, Nova York/Nova Jersey, Orlando, Filadélfia, Seattle e Washington DC.

Nesta semana, em Miami, onde será a abertura, Infantino exaltou o ineditismo e o potencial do campeonato. “Estamos fazendo história aqui na América do Norte. Estamos fazendo história aqui em Miami a partir de 14 de junho. Pela primeira vez na história, os 32 melhores clubes do mundo irão competir em um torneio para determinar, finalmente, qual é o melhor clube do mundo”, disse Infantino.

A fala foi feita enquanto ele também apresentava o troféu do torneio, que representa o big bang, segundo o dirigente, para representar “passado, presente e futuro”.

Turistas começaram a chegar aos Estados Unidos nesta semana para os jogos. O ritmo de venda dos bilhetes tem frustrado a Fifa. O valor dos tíquetes varia entre US$ 33,45 e US$ 635,50 (de R$ 185,50 a R$ 3.524), aumentando conforme o torneio se aproxima da final. A frustração com a venda dos ingressos levou a entidade a reduzir o preço de algumas partidas.

O campeonato terá uma premiação total de US$ 1 bilhão (R$ 5,8 bilhões na cotação atual). Como comparação, a premiação total da Copa do Mundo do Qatar, em 2022, foi de US$ 440 milhões (R$ 2,5 bilhões).

Trump e Infantino estiveram juntos pelo menos sete vezes neste ano. A mais recente foi durante a primeira viagem internacional desde que tomou posse, à Arábia Saudita.

A relação tem recebido críticas pelo que é visto como um risco à independência política da Fifa, enquanto Trump se aproveita da projeção em torno de um esporte aclamado por todo o mundo.

Em um encontro com Infantino, Trump exaltou o potencial sobretudo da Copa do Mundo do ano que vem, fazendo comparações com o Super Bowl, o maior evento esportivo dos EUA.

“Temos dez milhões de ingressos à venda — é como três Super Bowls por dia durante um mês”, disse Infantino.

Trump acrescentou: “Adorei o que ele disse — três Super Bowls por dia durante um mês. É exatamente isso. É incrível quando você pensa nisso, eu nunca tinha ouvido essa expressão. É muita coisa.”