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Febraban vê “alarmismo” de supermercados com consignado – 16/06/2025 – Mercado

Os cinco maiores bancos oferecem juros abaixo da média do mercado para o crédito consignado CLT, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que classifica como “alarmismo” a preocupação da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) com o impacto desse empréstimo na sua força de trabalho.

Como mostrou reportagem da Folha, a Abras apresentou ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) um levantamento mostrando que 20.734 funcionários de supermercados tomaram consignado CLT a juros médios de 6,98% ao mês, ou 124,7% ao ano. Para a associação, o quadro pode estimular pedidos de demissão por parte de empregados endividados.

“Ao contrário do alarmismo da Abras, a Febraban se mantém bastante otimista em relação à evolução da nova linha de consignado, que deverá alcançar um público de enorme amplitude e proporcionará aos trabalhadores taxas significativamente menores do que as que tinham acesso antes de sua implementação”, afirmou o presidente da Febraban, Isaac Sidney, em nota.

De acordo com a entidade, a taxa de juros média de Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander foi de 2,58% ao mês para o novo produto entre o lançamento do programa, em 21 de março de 2025, até o dia 13 de junho. Nesse mesmo período, segundo a entidade, a taxa geral média apurada pelo Banco Central foi de 3,58% ao mês.

“O fato de a média mensal das taxas praticadas estar em 3,58% ao mês mostra que a imensa maioria das operações tem taxas de juros bem menores do que as taxas mencionadas pela Abras”, afirma Sidney. Procurada, a Abras não se manifestou.

Os dados da Febraban mostram que em 13 de junho o saldo do consignado CLT alcançou R$ 15,9 bilhões. Os grandes bancos, segundo a entidade, respondem hoje por 46% do total, um crescimento em relação aos 35,8% de participação que possuíam no final de abril.

Ainda de acordo com a federação, enquanto os grandes bancos possuem empréstimos a uma taxa média de 2,58% ao mês, os demais bancos oferecem juros de 4,43%.

“A taxa de juros dos cinco maiores bancos está puxando para baixo a taxa média de toda a carteira do novo consignado, mesmo com um público tomador mais diversificado e que oferece maior risco de crédito”, diz Sidney.

O consignado CLT prevê que, a partir de julho, os bancos possam ter como garantia de pagamento 10% do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e das verbas rescisórias. O objetivo é ampliar o acesso a crédito e reduzir juros a empregados no setor privado por meio da competição em leilão por esse crédito.

Mas os grandes bancos privados demoraram para entrar na oferta desse crédito, e as instituições financeiras menores, cautelosas pela alta rotatividade do trabalho em setores intensivos em mão de obra, oferecem taxas consideradas altas para um crédito com garantia, como o consignado.

O presidente da Febraban afirma que os grandes bancos demoraram para entrar nessa oferta porque estavam ajustando seus sistemas, mas que a participação no novo tipo de empréstimo se intensificou a partir do final de abril, quando o produto passou a ser ofertado nos aplicativos das instituições financeiras.

“Ainda que possa ter havido, em alguns casos, a cobrança de taxas bem elevadas e até mesmo abusivas, prática que a Febraban condena, a nova linha de consignado tem potencial para proporcionar ofertas mais atrativas para que os trabalhadores possam tomar crédito mais barato do que tinham acesso ou para que possam migrar dívidas mais caras, como empréstimos sem garantia, em condições de juros e prazo melhores.”

Ainda segundo a entidade, o consignado CLT já alcançou 2,8 milhões de trabalhadores CLT, com um valor médio de R$ 5.537 por operação e prazo médio de 18 prestações.

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