O Louvre, na França, museu mais visitado do mundo, ficou fechado nesta segunda-feira (16) por conta de uma greve dos funcionários. Os trabalhadores protestaram contra o excesso de turistas, que gera condições cada vez mais precárias, segundo eles, além de sobrecarga de trabalho. Do lado de fora do museu, visitantes com ingressos aguardaram a abertura do museu, que não aconteceu.
O protesto começou de forma espontânea, segundo o jornal Le Monde e a agência AP (Associated Press), durante uma reunião interna de rotina. Atendentes, bilheteiros e seguranças se recusaram a assumir seus postos, para se posicionar contra as multidões que enchem o museu sem ampliação de equipe, o que um dos sindicatos classifica como “condições de trabalho insustentáveis”.
“Todas as funções relacionadas à recepção de visitantes são afetadas”, disse Sarah Sefiang, da organização sindical CGT-Culture, à AP. “A superlotação e a falta de pessoal são as principais questões levantadas.”
O excesso de turistas no museu é uma questão levantada pelos trabalhadores já há algum tempo. Em janeiro, Laurence des Cars, presidente do Louvre, alertou as autoridades francesas sobre as condições deterioradas do museu semanas antes do anúncio de melhorias feito pelo presidente.
Duas semanas depois, o presidente Emmanuel Macron anunciou um plano de € 700 milhões (cerca de R$ 4,3 milhões) para “salvar o Louvre”, que inclui um novo espaço para a “Mona Lisa”, obra de Leonardo da Vinci, visitada por mais de 20 mil pessoas diariamente. A promessa é de que a sala seja inaugurada até 2031.
Em 2024, ano em que a França sediou os jogos olímpicos, o Louvre recebeu 8,7 milhões de visitantes, sendo que 77% do público é de fora da França. Em 2023, foram 8,9 milhões de visitas ao museu.
Com a superlotação, segundo a AP, os funcionários relatam um teste de resistência durante os atendimentos aos visitantes: há poucos banheiros, áreas de descanso insuficientes e calor excessivo, amplificado pelo efeito estufa da pirâmide de vidro.
“Não podemos esperar seis anos”, disse Sefian à AP. “Não se trata apenas das obras de arte — mas de quem as protege.”