/ Jun 17, 2025

Dólar e Bolsa hoje (17); acompanhe as cotações – 17/06/2025 – Mercado

O dólar abriu com uma leve alta nesta terça-feira (17) com os investidores avaliando as decisões que serão tomadas pelos bancos centrais do Brasil e dos EUA sobre a taxa de juros nesta quarta-feira (18) e também atentos ao conflito entre Israel e Irã.

Às 9h03, a moeda norte-americana subia 0,17%, cotada a R$ 5,4963. Na segunda-feira (17), o dólar caiu 0,96% e encerrou o dia cotado a R$ 5,487, renovando o menor patamar de fechamento de 2025. Desde o início do ano, a divisa acumula uma queda de 10,34%, e no mês, um recuo de 3,13%.

É a primeira vez desde 7 outubro do ano passado que o dólar cai abaixo do patamar de R$ 5,50, quando fechou em R$ 5,485. Na mínima da sessão, às 16h58, perto do encerramento, a moeda chegou a recuar 0,99%, cotada a R$ 5,485.

A queda da divisa segue na esteira da fraqueza do dólar no exterior, impulsionada pelo maior apetite dos investidores por risco, devido à redução dos temores em relação ao conflito entre Irã e Israel e à queda nos preços do petróleo, que também se refletiu no mercado de ações. A semana também será de decisão sobre as novas taxas de juros no Brasil e nos EUA.

Já a Bolsa fechou com uma valorização de 1,48%, a 139.255 pontos, com apenas oito ações em baixa, acompanhando a melhora dos mercados americanos, europeus e asiáticos.

A sessão de segunda teve como pano de fundo o quarto dia da guerra aérea entre Israel e o Irã. Até a noite de domingo (15) havia 224 mortos no Irã, país com dez vezes mais população que Israel, que registra cerca de 22 mortes.

Notícias de que o Irã está buscando negociações com os Estados Unidos para que o país pressione Israel a cessar fogo repercutiram positivamente, mas o clima permanece incerto, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmando que seu país estava no “caminho da vitória”.

Em momentos de tensões geopolíticas, o dólar em geral é visto como um ativo seguro e tende a ser favorecido pelo sentimento de aversão ao risco que domina os mercados.

Neste pregão, no entanto, o dólar não conseguia sustentar seus ganhos, já que os investidores seguem demonstrando uma certa aversão a ativos dos EUA em meio às incertezas provocadas pela política comercial do presidente Donald Trump, que gera preocupações de desaceleração econômica global.

“O câmbio reflete uma combinação de apetite por risco, estabilidade relativa nas contas externas e um mercado que vê o Brasil, neste momento, como um destino relativamente seguro para os investimentos, apresentando retorno elevado e risco político parcialmente contido”, disse João Duarte, sócio da One Investimentos.

Por outro lado, os preços do petróleo registraram quedas nesta segunda, após dispararem na semana passada, com os investidores diminuindo os temores com o conflito no Oriente Médio. Isso porque os ataques militares entre Israel e Irã durante o fim de semana não afetaram as instalações de produção e exportação de petróleo, criando uma percepção de que, por ora, a questão está localizada.

Os preços do barril de Brent, referência mundial, e do WTI (West Texas Intermediate), referência nos EUA, registravam quedas de 1,82% e 2,18%, revertendo os ganhos do último pregão. Os papeis da Petrobras fecharam com sinais mistos, com a PETR3, ações ordinárias, subindo 0,40% e a PETR4, ações preferenciais, se desvalorizando 0,86%.

“O mundo, de fato, não está sentindo os efeitos dos preços. Temos uma certa calmaria no mundo, e diria até que um otimismo nas ações. Não que o otimismo seja por isso, mas o mercado está olhando para outros fatores”, disse Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos.

Os mercados asiáticos encerraram em alta nesta segunda. O índice CSI300 fechou em alta de 0,25%, enquanto o índice SSEC, em Xangai, ganhou 0,35%. O índice Hang Seng, referência de Hong Kong, subiu 0,7%.

Na Europa, o índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,36%, a 546,91 pontos, interrompendo uma série de cinco dias de perdas. O setor de bancos foi o que deu o maior impulso ao índice, avançando 1,9%.

Entre as ações americanas, segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,94%, para 6.033,26 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,52%, para 19.701,56 pontos. O Dow Jones subiu 0,76%, para 42.519,14 pontos.

Os mercados também seguem ansiosos com a aproximação do prazo que Trump estabeleceu para fechar acordos comerciais, que se dá em três semanas, com os EUA distantes de entendimentos com seus principais parceiros, como Japão e União Europeia.

O receio pelo retorno das taxas punitivas no próximo mês ofuscava momentaneamente os temores gerados pela guerra no Oriente Médio.

“As tensões geopolíticas têm proporcionado pouco impulso ao dólar até o momento, refletindo a persistente desconfiança dos mercados em seu status de porto-seguro”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank. “Os investidores estão relutantes em desfazer suas posições vendidas em dólar.”

Além do risco geopolítico, a semana conta com decisões de política monetária ao redor do mundo.

Os agentes financeiros estão se posicionando para uma série de decisões de política monetária nesta semana, incluindo do Fed (Federal Reserve, o BC americano) e do Banco Central do Brasil.

A autoridade monetária norte-americana divulgará sua decisão na quarta (18), com ampla expectativa de que mantenha a taxa de juros inalterada mais uma vez, enquanto avalia os impactos econômicos das políticas do governo Trump.

No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, se reúne nesta terça (17) e quarta-feira (18) para definir a taxa básica de juros (Selic).

O BC brasileiro entrará no encontro desta semana com suas opções em aberto, com as apostas de investidores divididas entre a manutenção dos juros em 14,75% ano —com 68% de chance— e uma alta de 0,25 ponto percentual —com 32%— para o anúncio de quarta-feira, segundo dados da LSEG.

“Não há consenso se o Copom manterá a Selic ou se vai promover um último ajuste. A inflação continua pressionada, e a incerteza fiscal voltou ao centro do debate”, afirmou Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP, em nota.

Na frente de dados, a economia no Brasil iniciou o segundo trimestre com crescimento acima do esperado em abril, de acordo com dados do BC. O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), considerado um sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto), teve expansão de 0,2% em abril, ante projeção de ganho de 0,1%.

O boletim Focus divulgado nesta segunda indicou uma redução na perspectiva da inflação para este ano, que caiu de 5,44% para 5,25%. Já o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para os três anos seguintes permaneceu em 4,5% (2026), 4% (2027) e 3,85% (2028).

A redução de 0,19 ponto percentual desta semana é a maior feita pelo Copom neste ano e também é a terceira semana consecutiva que houve redução na perspectiva para o IPCA.

Ao mesmo tempo, os economistas esperam um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2,2%, uma alta de 0,02 ponto percentual em relação ao levantamento da semana passada. Já o dólar deve fechar 2025 cotado a R$ 5,77, uma queda de R$ 0,03 na comparação com a última pesquisa.

Investidores da Bolsa paulista ainda têm no radar a possível votação, na Câmara dos Deputados, de projeto de decreto legislativo que susta os efeitos do decreto do governo que trata das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), publicado na semana passada.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, tem afirmado que o clima na Casa não é favorável a aumento de impostos com fim arrecadatório.

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