/ Jul 10, 2025

Bancos centrais devem comprar mais ouro e menos dólar – 17/06/2025 – Mercado

Os bancos centrais esperam continuar comprando mais ouro neste ano e preveem que suas reservas em dólares diminuirão nos próximos cinco anos, de acordo com uma pesquisa feita com autoridades monetárias globais.

Preocupações geopolíticas, riscos de sanções e inquietações sobre o status da moeda dos EUA levaram os bancos centrais pelo mundo a fazerem compras recordes de ouro, que levou o metal a superar o euro como o segundo maior ativo de reserva do mundo, atrás apenas do dólar.

Os preços do ouro aumentaram 30% desde janeiro e dobraram nos últimos dois anos, à medida que a incerteza global e a volatilidade do mercado impulsionaram a demanda dos investidores pelo metal precioso.

Um recorde de 95% dos entrevistados na pesquisa do Conselho Mundial de Ouro (WGC, na sigla em inglês) espera que as reservas de ouro dos bancos centrais globais aumentem nos próximos 12 meses, o nível mais alto desde que a pesquisa anual começou em 2018.

Enquanto isso, três a cada quatro entrevistados esperam que as reservas em dólar dos bancos centrais diminuam nos próximos cinco anos. Mais de 70 bancos centrais responderam à pesquisa da entidade do setor.

“O sentimento é muito forte, certamente há mais confiança entre os bancos centrais de que todo o universo de bancos centrais vai comprar, e que seu próprio banco central pode comprar”, avaliou Shaokai Fan, do WGC, sobre a subida do ouro.

No entanto, como sinal de como as tensões geopolíticas estão impactando o mundo do ouro, alguns bancos centrais planejam armazenar mais do metal precioso domesticamente —em vez de guardá-lo em Londres e Nova York, que são os dois maiores repositórios do mundo.

Preocupações sobre a capacidade dos bancos centrais de acessar ouro armazenado no exterior em caso de crise, ou se houver sanções, contribuíram para uma tendência pequena, mas não insignificante, de repatriação, com mais bancos armazenando ouro em seu próprio país.

No ano passado, a Índia repatriou mais de 100 toneladas de ouro do Banco da Inglaterra, enquanto o Banco Central da Nigéria também repatriou parte de suas reservas.

Cerca de 7% dos entrevistados disseram que planejavam aumentar o armazenamento doméstico, o nível mais alto desde a pandemia de Covid-19.

Nos últimos meses, os comentários erráticos do governo dos EUA contribuíram para o desconforto entre alguns países estrangeiros sobre se seu ouro armazenado em território norte-americano está isento de interferência política.

O Federal Reserve Bank, de Nova York, administra o ouro armazenado nos EUA em nome de bancos centrais estrangeiros. Em fevereiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, questionou publicamente se o ouro poderia ter desaparecido do local, que guarda a maior parte das próprias reservas de ouro dos EUA.

Na pesquisa do WGC, os bancos centrais avaliam que o desempenho do ouro durante “tempos de crise”, sua falta de risco de inadimplência e seu papel como proteção contra a inflação eram as principais razões para manter o metal precioso.

A compra de ouro pelos bancos centrais acelerou em 2022, após a invasão da Rússia na Ucrânia e os subsequentes esforços dos EUA para excluir Moscou do sistema internacional de pagamentos. Isso levou muitos bancos centrais de mercados emergentes a começar a diversificar mais rapidamente para longe do dólar.

Ao mesmo tempo, o ouro tem desvantagens como ativo de reserva como os custos de armazenamento e o inconveniente de transportá-lo.

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