/ Jun 18, 2025

Lula: Brasil não terá corrida predatória por minerais – 17/06/2025 – Mercado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (17) que o Brasil não será “palco de corrida predatória” por minerais críticos.

A fala ocorreu durante a reunião ampliada do G7, grupo com sete das principais economias do mundo, com a participação de países convidados. Na ocasião, o petista ainda deu recado indireto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (PT), ao afirmar que parcerias em torno do tema não devem se basear em “disputas geopolíticas”.

Trump não estava no encontro porque deixou antecipadamente a cúpula nesta segunda (16), mas seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, estava lá.

Os Estados Unidos têm usado o interesse em minerais críticos em negociações e ameaças a países. O presidente americano pressionou a Ucrânia a assinar um acordo que permite a exploração de terras raras.

O recente interesse de Trump em ganhar controle da Groenlândia também decorre dos recursos minerais do país, e a exploração de minerais tem entrado na mesa de negociações do tarifaço que o presidente americano impôs ao mundo.

O G7 é composto por Canadá, que sedia a cúpula do grupo este ano, Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão. A União Europeia também faz parte. O Brasil foi um dos seletos países não membros convidados para participar da reunião ampliada do bloco, que também inclui África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia e México.

Falando ao grupo em que estão alguns dos países mais ricos do mundo, Lula criticou afirmou que o combate à crise climática exige um esforço coletivo e criticou a lentidão global na diversificação da matriz energética. O petista fez uma alusão ao papel do G7, que nasceu em resposta às crises do petróleo dos anos 1970, e ressaltam a urgência de uma nova abordagem frente à dependência de combustíveis fósseis.

Lula destacou os avanços brasileiros no setor de energia limpa, lembrando que 90% da matriz elétrica nacional é composta por fontes renováveis e afirmou ser “impossível discutir transição energética sem falar do Brasil”; Segundo ele, o país que possui algumas das maiores reservas mundiais de nióbio, níquel, grafita, terras raras, manganês e bauxita.

O presidente também exaltou os investimentos em novas tecnologias, como o hidrogênio verde e os combustíveis sustentáveis para aviação, e alertou que a expansão das energias solar e eólica está diretamente ligada ao acesso a minerais estratégicos.

A agenda ambiental é uma das prioridades de Lula já que o Brasil sediará a COP30 em novembro. Nessa posição, o presidente afirmou que o Brasil não permitirá que a exploração mineral ameace biomas como a Amazônia ou os fundos marinhos. “Não seremos palco de corridas predatórias”, declarou, citando a posição que o país levou à Cúpula dos Oceanos, realizada em Nice, na semana passada.

O discurso ecoa a postura adotada pelo Brasil no G20 e no Brics. O presidente defendeu que essas nações participem de todas as etapas das cadeias de minerais estratégicos, inclusive o beneficiamento, que historicamente ficou concentrado em países ricos. “Parcerias devem se basear em benefícios mútuos, não em disputas geopolíticas”, afirmou.

O presidente criticou o cenário atual de escassez de financiamento e lembrou que promessas como os US$ 100 bilhões anuais acertados na COP15, em 2009, jamais foram cumpridas. Segundo ele, países ricos reduziram em 7,1% a Ajuda Oficial ao Desenvolvimento em 2024, o que, somado a retrocessos deliberados, compromete o avanço da transição energética inclusiva.

Por fim, Lula reafirmou o compromisso brasileiro com metas climáticas ambiciosas, prometendo reduzir as emissões entre 59% e 67% até 2035, em todos os setores e gases. Ele convocou os líderes mundiais a comparecerem à COP30, em Belém, dizendo que o evento será um teste para medir o grau real de compromisso com o futuro do planeta.

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