A ajuda financeira às companhias aéreas será anulada com o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) proposto pelo Ministério da Fazenda e as companhias preveem que o plano de voo da aviação regional será abortado diante das dificuldades financeiras advindas dessa alta.
“O imposto incide sobre, praticamente, todos as despesas das companhias, que são, basicamente, em dólar. É um volume gigantesco com arrendamentos mercantis e de empréstimos”, disse Juliano Noman, presidente da Abear, a associação que representa as empresas do setor.
Segundo ele, ao passar o imposto de 0,38% para 3,5%, haverá um corte no caixa de R$ 600 milhões por ano.
“Esse aumento vai na contramão do que vínhamos discutindo com o governo em termos de novas linhas de crédito com recursos do FNAC [Fundo Nacional de Aviação Civil].”
Noman considera que o financiamento, que deve girar em torno de R$ 3,6 bilhões, ajudaria a reduzir a dependência de empréstimos contraídos no exterior, em dólar. No entanto, esse benefício financeiro será anulado com a aumento da carga de IOF.
O impacto será percebido especialmente na aviação regional, segmento que o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, quer reforçar.
“Essa alta de IOF representa 40 aviões da Embraer [muito usados pela Azul em destinos regionais]”, disse Noman.
Com Stéfanie Rigamonti