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Fed mantém juros inalterados nos EUA pela quarta vez – 18/06/2025 – Mercado

O Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) decidiu nesta quarta-feira (18) manter a taxa de juros dos Estados Unidos no patamar de 4,25% a 4,50% pela quarta vez consecutiva. A decisão, tomada de maneira unânime pelos diretores, intensifica uma crise entre a entidade e o presidente dos EUA, Donald Trump, que tem pressionado por um corte de juros.

A manutenção era esperada pelo mercado, com o Fed afirmando que as perspectivas econômicas se mantêm nebulosas em meio à guerra comercial de Trump e à escalada da guerra entre Israel e Irã.

A decisão, contudo, promete intensificar as pressões de Trump sobre o BC americano. Mais cedo nesta quarta, o republicano afirmou cogitar nomear a si mesmo para dirigir o banco central por Jerome Powell, presidente do órgão, fazer um “trabalho ruim”.

Em comunicado, as autoridades do banco central americano divergiram em relação à política monetária para 2025. A mediana das previsões apontaram para 0,50 ponto percentual de cortes na taxa de juros até o final do ano.

As projeções mostraram que oito dos 19 membros do Comitê de Política Monetária (Fomc na sigla em inglês) esperam reduzir a taxa para 3,75% a 4,00% em 2025, enquanto duas autoridades consideram que um corte adicional de 0,25 ponto seria apropriado.

Sete deles acharam que não será necessário nenhum corte. Dois consideram um corte de 0,25 ponto mais apropriado.

Nas projeções econômicas do Fed, as autoridades estimam o crescimento da economia do país desacelere para 1,4% neste ano —ritmo bem mais fraco do que de 2024, quando o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA cresceu 2,8%.

Ainda nas previsões, o BC americano prevê o desemprego subindo de 4,2% para 4,5% até o fim do ano e a inflação encerrando 2025 em 3%, bem acima do nível atual que é de 2,1%.

Em março, a expectativa mediana entre os formuladores de taxa dos EUA era de que a economia expandisse 1,7%, o desemprego subisse para 4,4% e a inflação de gastos com consumo pessoal atingisse 2,7%.

Questionado sobre a decisão, Powell afirmou que o banco central continuará observando a economia americana antes de reduzir as taxas de juros.

“Tomaremos decisões mais inteligentes e melhores se simplesmente esperarmos alguns meses, ou o tempo que for necessário para ter uma ideia de qual será realmente o impacto da inflação”, concluiu.

Após a decisão do Fed ser anunciada, o dólar fechou próximo à estabilidade cotado a R$ 5,500, em leve variação positiva de 0,06%. Já a Bolsa, que oscilava desde o início do pregão, fechou em queda de 0,15%, a 138.625 pontos, segundo dados preliminares.

Na última reunião do Fed, em maio, as autoridades do Fed afirmaram que as incertezas sobre as perspectivas econômicas haviam aumentado ainda mais. O comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) disse haver sinais de riscos de maior inflação e desemprego.

No final do mesmo mês, o chair do Fed, Jerome Powell, e Trump se reuniram na Casa Branca para discutir questões econômicas. Foi o primeiro encontro entre os dois no segundo mandato do presidente americano.

Durante a reunião, Powell disse a Trump que a política monetária dos EUA seria ditada exclusivamente pelos dados econômicos e pelas perspectivas.

De acordo com o Fed, o presidente da entidade “não discutiu suas expectativas para a política monetária, exceto para enfatizar que o caminho da política dependerá inteiramente das informações econômicas recebidas”.

Trump, por outro lado, disse acreditar que o presidente do Fed “comete um erro ao não reduzir as taxas de juros” porque isso coloca os Estados Unidos “em desvantagem econômica em comparação com outros países”, segundo a Casa Branca.

Desde a última decisão do Fed em maio, os EUA buscaram firmar acordos com os parceiros comerciais para mitigar incertezas sobre a política econômica de Trump. Os Estados Unidos e a China anunciaram uma trégua para reduzir as tarifas recíprocas por 90 dias pouco dias depois da definição do BC americano.

Também em maio, os EUA e Reino Unido anunciaram um acordo comercial, primeiro desde o “tarifaço” em abril.

Após Trump e Xi Jinping, presidente da potência asiática, conversarem ao telefone, os países anunciaram um acordo comercial no começo de junho.

Segundo o republicano, o tratado define que a China forneça imãs e minerais de terras raras aos EUA em troca da liberação do acesso de estudantes chineses às universidades americanas. Nenhuma nova informação sobre o acordo foi revelada desde então.

O Fed tem adotado uma postura mais comedida durante o governo Trump. Em abril, Powell afirmou que a obrigação do Fed é “manter as expectativas de inflação de longo prazo bem ancoradas e garantir que um aumento único no nível de preços não se torne um problema de inflação contínuo”.

“Apesar da incerteza elevada, a economia ainda está em uma posição sólida. Achamos que é apropriado nos mantermos pacientes”, afirmou Powell à época.

Segundo dados do índice PCE (Sigla para Preços para Gastos de Consumo Pessoal), a inflação dos EUA aumentaram 2,1% nos 12 meses até abril. O estudo realizado pelo Departamento de Comércio americano e é o preferido do Fed.

“A preferência revelada pelo Fed é ficar em espera devido à incerteza de Trump. Eles são sempre um grupo conservador e, com riscos para ambos os lados de seu mandato, a tendência é esperar e ver se os próximos meses resolverão seu dilema”, afirmou Dario Perkins, economista da TS Lombard.

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