O Flamengo confirmou ter o melhor time e o melhor elenco do Brasil na fase de grupos desta Copa do Mundo de Clubes e mereceu vencer seus três jogos, apesar de ter empatado o terceiro.
Ganhou duas vezes de maneira categórica, como diziam os narradores de antanho.
O 2 a 0 no Espérance foi, digamos, apenas cumpridor, como carimbo inicial sem maior preocupação com os tunisianos.
O 3 a 1 no Chelsea foi impositivo, porque respeito é bom e a gente gosta, alertou aos ingleses.
E o 1 a 1 com o Los Angeles teve gosto de passeio, embora capaz de confirmar que o Flamengo não está nos Estados Unidos para fazer turismo, pois, se estivesse, não teria empatado depois de ter sofrido o gol injusto aos 84 minutos, depois ter mandado quatro bolas incríveis nas traves em Orlando.
Jogará as oitavas de final contra o favorito Bayern de Munique, que deu mole durante o primeiro tempo com o Benfica, sofreu o 1 a 0 e, depois, quando pôs a cavalaria no segundo, não deu conta de superar o goleiro ucraniano Trubin, um paredão de 23 anos e 1,99 m, apesar de ter atropelado o time lusitano.
Quem torcia por ver o Boca Juniors como adversário, porque sem condições de ser páreo para o Flamengo, frustrou-se, também por deixar de ver, em Miami, cidade com 50 mil argentinos, o embate entre as duas maiores torcidas de Brasil e Argentina, a Nação contra os xeneizes.
No domingo, 17h, Flamengo x Bayern Munique será jogo para torcedor nenhum botar defeito pelo mundo afora e valerá para saber se é verdade mesmo que quem quer ser campeão não escolhe adversário.
Infelizmente, o Botafogo não repetiu contra o Atlético de Madrid a atuação diante do Paris Saint-Germain, perdeu por 1 a 0 e cruzará com o Palmeiras no sábado, 13h, na Filadélfia.
O que, se garante um brasileiro nas quartas de final, bota o outro no aeroporto de volta para casa, em clássico rigorosamente sem favorito depois da má apresentação, e do susto, alviverde contra o Inter Miami —2 a 2 tirado do fundo d’alma, alarmante, pelo péssimo desempenho, como reconheceu em autocrítica Abel Ferreira.
Cabe abrir parêntese apenas para saudar a dupla formada por Lionel Messi e Luis Suárez, ambos perto da dança derradeira e ainda capazes de exibir momentos de excelência absoluta com e sem a bola nos pés. Invejável.
O gol do uruguaio, ao superar três defensores palmeirenses, é daqueles de antologia, e Eduardo Galeano merecia estar vivo para ver.
Finalmente, o Fluminense, o patinho feio do quarteto, quase dança diante do Mamelodi, que veio da África do Sul e foi melhor no sofrido, e sofrível, 0 a 0 que classificou o tricolor.
Também tem de melhorar muito para sobreviver.
GRACIAS, PACIFISTAS
Raras leitoras e raros leitores, como prova da excelência delas e deles, compareceram com sugestões para substituir a consagrada expressão mata-mata por uma não belicosa.
“Tudo-ou-nada”, “perdsai”, com D mudo mesmo, “tira-tira”, “dentro-fora”, “fica ou sai”, “vence ou vence”, “resta um”, “cai-ou-fica” foram algumas delas nos comentários nesta Folha e por outros meios.