/ Jun 26, 2025

Dólar e Bolsa hoje (26); acompanhe as cotações – 26/06/2025 – Mercado

O dólar abriu próximo da estabilidade nesta quinta-feira (26) com os investidores avaliando a derrubada dos decretos do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), na noite de quarta-feira (25), pelo Congresso Nacional.

Já no cenário fora do país, o mercado aguarda novas decisões sobre o conflito entre Irã e Israel, que continua sem cessar-fogo, que foi estabelecido na segunda-feira (23).

Às 9h04, a moeda norte-americana tinha variação negativa de 0,03%, cotada a R$ 5,5559. Na quarta, o dólar fechou em alta de 0,69%, cotado a R$ 5,557, e a Bolsa teve forte queda de 1,01%, a 135.767 pontos.

Em relação à decisão do Congresso sobre o IOF, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo avalia três alternativas para responder à derrubada da alta do IOF: ir à Justiça contra a decisão do Congresso, buscar uma nova fonte de receita ou fazer um novo corte no Orçamento que “vai pesar para todo mundo”.

Em entrevista ao C-Level Entrevista, novo videocast semanal da Folha, o ministro afirmou que a decisão será tomada pelo presidente Lula (PT), mas defendeu a judicialização. “Na opinião dos juristas do governo, [a decisão do Congresso que derrubou o decreto do IOF] é flagrantemente inconstitucional.”

Haddad disse que acreditava ter chegado “num baita de um acordo” para calibrar as alíquotas do imposto quando se reuniu com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), na noite do dia 8.

“Saí de lá imaginando que estava tudo bem. Não só eu, todo mundo. Eu não sei o que mudou. Eu não consigo… O que mudou daquele domingo para hoje?”, declarou, quase 20 dias depois da reunião, aos jornalistas Adriana Fernandes, Bruno Boghossian e Camila Mattoso.

Na quarta-feira, o BC realizou dois leilões pela manhã, entre 9h30 e 9h35 —um de venda à vista de dólares e outro de swap cambial reverso.

Os leilões são intervenções no câmbio. Na prática, eles servem para aumentar a quantidade de dólares disponíveis para os investidores, seguindo a lei da oferta e demanda. Ou seja, quanto mais moeda puder ser comprada, menor vai ser a cotação dela.

No leilão à vista, o BC disse que aceitou oito propostas no valor total de US$ 1 bilhão, com um diferencial de corte de -0,0003. Neste tipo de operação, dólares das reservas internacionais do país são vendidos para o mercado, mas o BC não os compra de volta.

Já na operação de swap cambial reverso, a autarquia aceitou duas propostas para o total de 20.000 contratos, equivalente a US$ 1 bilhão, com vencimento em 1º de agosto de 2025. A data de início do contrato será 26 de junho. O termo “swap”, em português, significa troca. Nessa modalidade de leilão, o BC “troca” a cotação por outro valor numa data futura.

O swap funciona como uma espécie de proteção do valor da moeda para o comprador em casos de muita volatilidade, já que a cotação fica travada em determinado preço. Em troca, ele paga juros ao BC, definidos conforme a variação da Selic nesse prazo previamente acordado.

Na prática, o BC atuou nas duas pontas, com valores equivalentes tanto na venda no mercado à vista quanto na compra no mercado futuro.

A autarquia não esclareceu os motivos por trás das duas operações. Mas profissionais do mercado avaliam que a instituição mira no cupom cambial —a diferença entre a taxa de juros em reais e a taxa em dólares, muito usada para precificar operações de proteção no mercado de câmbio.

“Essa medida não terá impacto direto na taxa de câmbio, pois não afeta a exposição cambial do mercado, devido ao swap reverso. Por outro lado, afetará o cupom cambial, reduzindo-o. Indiretamente, essa operação tende a dar suporte ao real”, diz André Valério, economista sênior do Inter.

“Outro efeito indireto dessa operação será a redução da dívida bruta, uma vez que com a venda de dólares ocorre uma redução no volume das operações compromissadas do BC.”

Apesar dos leilões, o dólar subiu, seguindo o movimento no exterior. A moeda avançou frente a pares fortes, como o euro e o iene, e pares emergentes, como o rand sul-africano e o peso colombiano.

O foco do mercado global seguiu voltado ao conflito entre Israel e Irã, em cessar-fogo até o momento. Os dois países sinalizaram que a guerra aérea terminou, pelo menos por enquanto.

As negociações da véspera foram marcadas por um forte apetite por risco na esteira da redução das tensões. Nesta sessão, alguns investidores aproveitaram dos preços e da relativa estabilidade no noticiário para se reposicionar, fazendo com que o dólar recuperasse algumas perdas.

“Como de costume, o exterior pautou o fluxo, dólar com fortalecimento generalizado. Quando temos um movimento de alta ou baixa, algum tipo de realização é sempre esperado”, afirma Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. “Mercado também segue monitorando a ‘estabilidade’ desse cessar-fogo.”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o cessar-fogo na segunda-feira. A trégua começou a valer na madrugada de terça, mas sofreu abalos quando israelenses e iranianos relataram ataques.

A fragilidade do acordo era previsível e o destino do cessar-fogo é incerto. Será necessário esperar para ver se uma desaceleração das tensões está próxima ou se haverá a volta das hostilidades.

Além do panorama do Oriente Médio, as atenções dos investidores se voltaram para comentários do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Jerome Powell, em depoimento ao Congresso pelo segundo dia consecutivo.

Powell repetiu que o banco central não tem pressa para cortar a taxa de juros por enquanto, à medida que avalia o efeito das tarifas de Trump sobre a inflação. Ele também disse que é muito cedo para saber os efeitos que a escalada do conflito no Oriente Médio poderá ter sobre a economia dos Estados Unidos.

“Eu não gostaria de especular”, disse Powell. “Como todos os outros, é claro que estamos observando a situação”.

O mercado também retomou a cautela com o cenário fiscal brasileiro, de olho no desenrolar do impasse sobre o decreto do governo que elevou as alíquotas do IOF para uma série de operações. A medida foi derrubada pelo Congresso na noite de quarta.

Agora, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que o governo planeja judicializar a decisão, assentado no argumento político de que pretende cobrar dos ricos em favor dos pobres.

Ao travar esse embate, o governo pode acirrar a disputa com parlamentares de centro e de direita –na Câmara, a derrota do Executivo teve o apoio de quase 400 deputados, em um claro recado de insatisfação. No Senado, a aprovação foi simbólica, sem a contagem de votos.

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