Com grande competição entre petroleiras, o leilão de petróleo do pré-sal realizado pelo governo nesta quinta-feira (26) superou as expectativas iniciais e gerou uma arrecadação potencial de R$ 28 bilhões entre 2025 e 2026.
A receita é parte de um pacote apresentado pelo MME (Ministério e Minas e Energia) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ajudar no equilíbrio fiscal após as resistências à proposta de aumento de IOF.
O ministério previa inicialmente uma arrecadação potencial de R$ 25 bilhões com o leilão. O valor final, porém, depende do preço do petróleo nas datas de retiradas das cargas nas plataformas de produção.
“Tivemos o maior número de vencedores, os maiores preços e batemos recordes em relação aos ágios dos lotes. Sem dúvida nenhuma, foi um grande sucesso”, disse o presidente da estatal PPSA (Pré-sal Petróleo SA), Luiz Fernando Paroli.
O petróleo vendido pelo governo nesta quinta será produzido nos campos de Búzios, Mero, Sépia e Itapu, localizados na Bacia de Santos. É parte da fatia garantida à União pelos contratos de partilha da produção do pré-sal estabelecidos em 2010.
Foi o quinto leilão realizado pela PPSA, criada para gerir esses contratos. No último, em 2024, a União arrecadou R$ 17 bilhões com a venda de 37,5 milhões de barris de petróleo dos campos de Mero e Búzios.
Ao todo, dez empresas se inscreveram para disputar o petróleo oferecido pelo governo nesta quinta. Duas delas estrearam em leilões da PPSA: a norueguesa Equinor e a americana ExxonMobil, ambas vencedoras de lotes do leilão.
Nesse tipo de leilão, vence a empresa ou consórcio que se dispuser a pagar o maior valor por barril de petróleo. Os lances são atrelados à cotação do Brent, referência internacional de preços negociada em Londres.
O lance vencedor do sexto lote, referente à produção do campo de Itapu, teve o melhor valor já registrado em leilões promovidos pela PPSA, com desconto de apenas US$ 0,65 em relação à cotação do Brent na data da retirada do petróleo.
Foi feito por consórcio formado entre a chinesa Petrochina e a Refinaria de Mataripe, controlada pelo fundo árabe Mubadala, que levou dois dos sete lotes leiloados nesta quinta. A Petrobras levou outros três. A norueguesa Equinor e consorcio formado pela portuguesa Galp e pela Exxon levaram um, cada.
Os vencedores do leilão ficam responsáveis por retirar o petróleo das plataformas de produção em alto-mar. Depois, podem exportá-lo ou vendê-lo no Brasil ao preço que quiser.
No campo de Búzios, o segundo maior produtor do país atualmente, a União tem direito a 23,24% da produção, após o desconto dos custos. Em Mero, são 41,65% da produção. Em Sépia e Itapu, são 37.43% e 18,15%, respectivamente.
São, ao todo, 24 contratos de partilha da produção, a maior parte deles ainda sem operação. Em alguns, a produção é pequena e, por isso, a PPSA realiza vendas no mercado de curto prazo. No último leilão, em 2024, a PPSA vendeu 37,5 milhões de barris.