O interesse do consumidor brasileiro pelo mercado de SUVs se reflete nos resultados da categoria Melhor Carro para Viajar com a Família. A marca Jeep, que comercializa os modelos nacionais Renegade, Compass e Commander, foi mencionada por 9% dos entrevistados pelo Datafolha.
Somados, esses três utilitários esportivos produzidos na fábrica de Goiana (PE) tiveram 46,9 mil unidades comercializadas entre janeiro e maio, segundo dados da Fenabrave (associação dos distribuidores de veículos). No mesmo período, o segmento registrou um crescimento de aproximadamente 15% em relação aos cinco primeiros meses de 2024, com cerca de 380 mil unidades comercializadas.
A Jeep, contudo, não aparece sozinha no topo. Há um empate técnico entre a marca americana e a japonesa Toyota (8% das menções), a alemã Volkswagen (também com 8%) e a sul-coreana Hyundai (7%).
São montadoras mais diversas em seus portfólios, já que oferecem hatches, sedãs e picapes de diferentes tamanhos no Brasil. Entretanto, são os utilitários esportivos que estão em destaque, principalmente nas faixas de preços acima de R$ 150 mil.
Basta ver o que ocorre com a Toyota. Enquanto o sedã médio Corolla (a partir de R$ 167.590) teve 15.393 emplacamentos entre janeiro e maio, sua versão Cross (R$ 179.190 na opção mais em conta), que tem carroceria SUV, fechou o período com 24.755 unidades licenciadas.
Na Volkswagen, os utilitários respondem pelo maior volume de vendas no Brasil, e a vantagem tende a crescer com o lançamento do Tera, que chegou às lojas no início de junho e tem preços que partem de R$ 103.990. De acordo com a montadora, 12 mil unidades foram comercializadas em 50 minutos no dia do lançamento comercial.
Se a aparência de jipe tem influência na hora de eleger o melhor carro para viajar com a família, não seria diferente na categoria Melhor Carro para Turismo de Aventura.
A Jeep dominou esse quesito, recebendo 29% das citações espontâneas. Além do histórico da marca— que é referência em off-road desde a década de 1940, quando seu primeiro modelo surgiu para uso militar em meio à Segunda Guerra Mundial—, as versões atuais atendem a diferentes públicos.
As opções mais em conta trazem tração apenas nas rodas dianteiras, o que dificulta transpor trechos mais pesados de terra e lama. Já as versões 4X4 dos modelos nacionais possibilitam ir mais longe e superar terrenos íngremes com baixa aderência.
O máximo da valentia está no importado Wrangler, herdeiro direto do jipe de guerra. Nesse caso, pedras, sulcos e barro escorregadio podem ser superados graças a um pacote off-road que inclui barra estabilizadora desconectável por meio de acionamento eletrônico. Grosso modo, esse recurso libera o molejo do carro e ajuda a sair de atoleiros.
Mas as capacidades cobram seu preço tanto no bolso como no conforto. O Jeep topa-tudo custa a partir de R$ 499.990 e é desconfortável no uso cotidiano. Seu lugar é no meio do mato, longe do asfalto.