/ Jun 28, 2025

Mansões e favelas marcam Vila Andrade – 27/06/2025 – Mercado

Poucos lugares de São Paulo, e mesmo do Brasil, prestam-se melhor àquelas imagens arquetípicas, e reveladoras, da desigualdade social como a Vila Andrade.

Piscinas privativas em apartamentos, algumas delas vazias e a ganhar limo, convivem com a expansão das casas sem pintura de Paraisópolis. E é também dessa que é considerada a segunda maior favela da cidade que a Vitta, incorporadora nascida no interior de São Paulo, atraiu clientes para o Auge Morumbi, empreendimento que terá 292 apartamentos em torre única de 26 andares a 1 km do Morumbi Town Shopping —o ubíquo nome Morumbi deve agregar algum valor à Vila Andrade.

Compradores do Auge vêm de Paraisópolis, mas também de outros lugares da região, como Campo Limpo e Taboão da Serra, como disse à Folha João Paulo Tribst Penteado, diretor regional da Vitta.

Grande parte dos apartamentos do Auge, de 2 e 3 dormitórios, enquadram-se no Minha Casa, Minha Vida. O metro quadrado está em torno de R$ 10 mil. A Vitta tem outros projetos com características semelhantes espalhados por distritos vizinhos da Vila Andrade, como Vila das Belezas e Vila Sônia —aqui há outro lançamento também com Morumbi no nome.

Unidades habitacionais financiadas por ferramentas como o Minha Casa, Minha Vida são amplamente majoritárias no distrito. Nada menos do que 86% dos 1.391 lançamentos residenciais nos 12 últimos meses encerrados em abril são contemplados no programa, segundo o Secovi-SP.

Nas plataformas digitais ZAP e Viva Real, ambas do grupo transnacional OLX, a Vila Andrade é o quarto bairro mais buscado de São Paulo. Desde 2021 está no Top 6 das buscas.

O preço de venda do metro quadrado em maio de 2025 na região ficou em R$ 8.248, valorização de 5,6% em relação a maio do ano anterior, a mesma variação média da cidade de São Paulo para o período, de acordo com o índice FipeZAP.

Para a startup imobiliária Loft, a Vila Andrade se destaca como um dos distritos de maior volume de vendas de imóveis na cidade, atrás apenas de Santo Amaro. Mesmo assim, o número de transações caiu 9% entre fevereiro e abril, quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior.

Para Fábio Takahashi, gerente de dados da empresa, a razão pode estar ligada “a um ajuste após um período de forte crescimento”.

Os contrastes da Vila Andrade não se limitam às cercanias de Paraisópolis. O distrito é o terceiro da cidade com maior proporção de domicílios em favelas segundo o Mapa da Desigualdade da ONG Nossa São Paulo. E, ao mesmo tempo, tem um dos hotéis mais exclusivos da capital, o Palácio Tangará, nos limites do agradabilíssimo parque Burle Marx, além de algumas grifes educacionais de distinção como Porto Seguro e Santo Américo.

O distrito tem ainda uma grife churrasqueira decana, O Brazeiro, hoje sob comando da terceira geração da família fundadora e famosa pelo galeto. Mas a unidade da Vila Andrade tem apenas cinco anos, um bebê perto do endereço original na Chácara Inglesa. E antes que a confusão se forme, saiba que o Brazeiro não possui parentesco com o Braseiro da Gávea, no Rio de Janeiro.

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