/ Jun 28, 2025

OpenAI, Amazon e Meta aceleram gastos com IA – 28/06/2025 – Tec

O frenesi da inteligência artificial do Vale do Silício está de volta. Dois anos e meio após a OpenAI iniciar a corrida da inteligência artificial com o lançamento do chatbot ChatGPT, as empresas de tecnologia estão acelerando seus investimentos em IA, injetando centenas de bilhões de dólares no esforço frenético para criar sistemas que possam imitar ou até mesmo exceder as habilidades do cérebro humano.

Os gigantes da indústria tecnológica estão construindo centros de dados que podem custar mais de US$ 100 bilhões (R$ 549 bilhões) e consumirão mais eletricidade do que 1 milhão de residências americanas.

Os salários para especialistas em IA estão aumentando, com a Meta oferecendo bônus de contratação para pesquisadores de IA que ultrapassam US$ 100 milhões (R$ 549 milhões).

E os capitalistas de risco estão aumentando seus gastos. O investimento americano em empresas de IA subiu para US$ 65 bilhões (R$ 357 bilhões) no primeiro trimestre, um aumento de 33% em relação ao trimestre anterior e 550% em relação ao trimestre anterior ao lançamento do ChatGPT em 2022, de acordo com dados da PitchBook, que acompanha o setor.

“Todos estão com muito medo de ficar para trás”, disse Chris V. Nicholson, um investidor da firma de capital de risco Page One Ventures que se concentra em tecnologias de IA.

Esse gasto impressionante, argumentam os críticos, vem com um enorme risco. A IA é possivelmente mais cara do que qualquer coisa que a indústria de tecnologia tentou construir, e não há garantia de que ela atenderá ao seu potencial. Mas o maior risco, acreditam muitos executivos, é não gastar o suficiente para acompanhar os rivais.

“O pensamento dos grandes CEOs é que eles não podem se dar ao luxo de errar fazendo muito pouco, mas podem se dar ao luxo de errar fazendo demais”, disse Jordan Jacobs, sócio da firma de capital de risco Radical Ventures.

Os maiores gastos são para os centros de dados. Meta, Microsoft, Amazon e Google informaram aos investidores que esperam gastar um total combinado de US$ 320 bilhões (R$ 1,8 trilhão) com infraestrutura neste ano.

Grande parte disso será destinada à construção de novos centros de dados —mais do que o dobro do que gastaram há dois anos.

Enquanto a OpenAI e seus parceiros constroem um complexo de centros de dados de aproximadamente US$ 60 bilhões para IA no Texas e outro no Oriente Médio, a Meta está erguendo uma instalação na Louisiana que será duas vezes maior.

A Amazon está indo ainda mais longe com um novo campus em Indiana. A parceira da Amazon, a startup de IA Anthropic, diz que poderá usar todos os 30 centros de dados neste campus de 485 hectares para treinar um único sistema de IA.

Alguns especialistas questionam se empresas como a Anthropic continuarão a melhorar seus sistemas de IA no ritmo acelerado que mantiveram nos últimos anos. Mas a Amazon diz que, mesmo se o progresso parar, usará esses 30 centros de dados para entregar sistemas de IA aos clientes.

Essas empresas estão gastando tanto em centros de dados que não veem problema em desembolsar mais alguns bilhões para comprar uma startup ou milhões em um pesquisador de IA de destaque mundial.

Em 2013, o Google chocou o Vale do Silício quando pagou US$ 44 milhões por apenas três pesquisadores. Hoje, isso parece ser o mínimo necessário.

A Meta acabou de investir US$ 14,3 bilhões na Scale AI, uma startup que ajuda a coletar e organizar as enormes quantidades de dados digitais necessários para treinar sistemas de IA. Em troca, a Meta contratou o jovem CEO da Scale AI, Alexandr Wang, que é considerado um negociador promissor no mundo da IA.

A Meta não foi a primeira grande empresa de tecnologia a fazer um acordo tão incomum. Google, Microsoft e Amazon também têm investido centenas de milhões —ou até bilhões— em startups apenas pelo direito de contratar seus funcionários e usar sua tecnologia. Em essência, eles compraram tudo, menos as startups.

“As empresas estão adquirindo outras empresas não necessariamente por seus produtos ou seus serviços ou suas receitas, mas apenas por seu talento”, disse Dimitri Zabelin, um analista de tecnologias emergentes da PitchBook.

O investimento na Scale AI fez parte de um esforço de Mark Zuckerberg, CEO da Meta, para iniciar um laboratório de pesquisa de IA dedicado à criação de superinteligência, uma tecnologia hipotética que seria mais poderosa que o cérebro humano.

Zuckerberg tem oferecido pacotes de compensação que valem até US$ 100 milhões (R$ 549 milhões) por pessoa. Ele e sua empresa fizeram mais de 45 ofertas a pesquisadores apenas da OpenAI, de acordo com uma pessoa familiarizada com essas abordagens.

O New York Times processou a OpenAI e sua parceira, Microsoft, alegando violação de direitos autorais de conteúdo de notícias relacionado a sistemas de IA. As duas empresas negaram as alegações do processo.

A Apple tem sido mais cautelosa em relação aos chatbots. Mas à medida que a corrida da IA se intensifica, a Apple também está correndo atrás de talentos. A empresa teve discussões internas sobre a compra da startup de IA Perplexity, de acordo com uma pessoa familiarizada com essas conversas. A Perplexity está avaliada em US$ 14 bilhões (R$ 77 bilhões).

“A Apple parece estar de braços cruzados. Mas tenho certeza de que eles nos surpreenderão em breve”, disse Matt Murphy, sócio da firma de venture capital Menlo Ventures.

Um porta-voz da Apple não respondeu a um pedido de comentário.

Mas à medida que as empresas de capital de risco redobram suas negociações, há menos apetite para investir em sistemas gerais de IA projetados para fazer de tudo, porque esse trabalho é dominado por empresas estabelecidas como OpenAI e Google.

Em vez disso, eles estão começando a se concentrar em IA que realiza tarefas específicas, como a Ribbon, uma empresa que faz IA para entrevistas de emprego, e a Eleos Health, que cria IA para registrar e resumir consultas médicas.

As empresas de tecnologia reconhecem que podem estar superestimando o potencial da IA. Mas mesmo que a tecnologia fique aquém do esperado, muitos executivos e investidores acreditam que os investimentos que estão fazendo agora valerão a pena.

“Cristóvão Colombo pensou que estava indo para o Oriente e acabou no Caribe”, disse Nicholson da Page One Ventures. “Ele não chegou onde pensava que iria, mas ainda chegou a um lugar que era valioso”.

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