Quem desembarca do cruzeiro da Disney nas Bahamas ouve uma música vinda dos alto-falantes: “Tudo tranquilo, tudo bem, você está em Eleuthera, então não se apresse”.
A instrução é clara: relaxe. E não é nada difícil cumpri-la nas praias reservadas e águas cristalinas da ilha do Caribe que abriga o novo destino da frota Disney Cruise Line.
Inaugurado em junho de 2024, o Lookout Cay at Lighthouse Point é um ponto de parada exclusivo da linha de cruzeiros no ponto mais ao sul da ilha de Eleuthera, e oferece uma mistura da cultura local com as opções de entretenimento e serviços da Disney.
Quatro dos sete navios da frota (Dream, Magic, Fantasy e Wish) têm itinerários para o destino em 2025. A propriedade é a segunda aquisição da companhia no país, que também faz viagens de navio para a ilha privativa Castaway Cay.
Os pacotes de cruzeiro ida e volta até o novo ponto turístico começam a partir de US$ 1.680 (cerca de R$ 9 mil) para duas pessoas, com alimentação e bebidas não alcoólicas inclusas. O valor é por cabine, então quem opta por viajar sozinho paga o mesmo que dois passageiros.
A reportagem esteve em um cruzeiro de três noites no Disney Magic. A viagem teve início em Fort Lauderdale, na Flórida (EUA). De lá, fez parada na ilha de Eleuthera e, no dia seguinte, em Nassau, capital das Bahamas. O roteiro acaba com o retorno a Fort Lauderdale.
Difícil é conseguir aproveitar todas as atividades do Lookout Cay at Lighthouse Point em um único dia. O complexo de lazer conta com estrutura de praia, apresentações culturais, oficinas, playground, lojinhas, restaurantes e bares.
O desembarque acontece pela manhã e, ao sair do navio, os passageiros dão de cara com um longo píer. Uma caminhada de 10 a 15 minutos nele —a depender do quanto você parar para tirar fotos— te leva ao destino.
Por que não desembarcar diretamente na ilha, com os pés na areia, como acontece em Castaway Cay? Para causar menos impacto à biodiversidade local. “É uma ponte sobre um recife de corais”, explica Bradley Watson, gerente do programa de conservação da Disney Cruise Line.
Então, os passageiros encontram um trenzinho que os leva até a praia principal, onde está a maior parte das atrações. Não é preciso levar toalhas, pois elas são fornecidas logo na entrada —aproveite o espaço que sobra na mochila para bonés e protetor solar.
Para os amantes de praia, dá para passar o dia todo na areia fofa, em um dos guarda-sóis coloridos, ou dentro do mar. É possível alugar equipamento de snorkel por US$ 38 (cerca de R$ 200), um preço salgado para admirar os poucos peixes que aventuram deixar os corais. Não espere um mergulho refrescante: a cor da água é deslumbrante, mas a temperatura morna não alivia o calor bahamense.
Para os pequenos, um playground aquático com toboáguas e chafarizes, o Rush Out Gush Out, é o ponto alto. Tem também o Sebastian’s Cove, um clube infantil no qual os pais podem deixar crianças de 3 a 10 anos, e o Play-Play Pavillion, espaço de atividades para a família.
Os personagens da Disney são um diferencial ali. Em vez da foto rápida depois de uma fila demorada —como acontece muitas vezes nos parques em Orlando—, as crianças têm a chance de interagir com Pateta, Pluto, Tico e Teco em uma gincana que acontece duas vezes por dia.
Há espaços reservados para adultos. A Serenity Bay é uma praia um pouco mais calma, na qual só são permitidos maiores de 18 anos. Perto dela, há um bar e um restaurante, também “childfree”.
Na hora do almoço, três restaurantes oferecem o mesmo cardápio, já incluso no pacote. As opções vão desde os clássicos americanos —hambúrguer, cachorro-quente e batata frita—, até saladas, peixes grelhados e um arroz com camarões, mexilhões e vieiras.
Máquinas de sorvete estão à disposição o dia inteiro, assim como a de refrigerantes e água. Já bebidas alcoólicas e smoothies são pagos à parte. As cervejas são de marcas bahamenses e saem por US$ 7,5 (R$ 40), enquanto os drinques custam, em média, US$ 9 (R$ 50).
Além da comilança e da diversão, o destino traz um gostinho da cultura das Bahamas e homenageia o Junkanoo, festival típico do arquipélago, cujos trajes fazem brasileiros lembrarem do Carnaval. Duas vezes por dia, há um desfile musical liderado por bahamenses com fantasias cheias de cor, brilho e penas. Para dar um toque de Disney, Mickey e Minnie se unem ao grupo e dançam junto aos hóspedes.
Aos aventureiros e amantes da natureza, uma trilha leva até um trecho exclusivo de praia (ali, não há estrutura de guarda-sóis e cadeiras) e ao farol (“lighthouse”, em inglês) que dá nome ao destino. Quem se arrisca a explorar ao máximo as opções de lazer na ilha volta ao navio no fim de tarde tão cansado quanto maravilhado.
E, como entretenimento nunca é demais para a Disney, há mais esperando a bordo. Espetáculos de teatro ao estilo Broadway, restaurantes temáticos, cinema com os lançamentos recentes, toboáguas e show de fogos de artifício são uma parte do que a frota de cruzeiros oferece aos passageiros. E deixam a sensação de “quero mais” quando tudo acaba.