A Petlove contestou a decisão da Superintendência-Geral do Cade, que aprovou a fusão entre Petz e Cobasi sem restrições. As chances de que esse pedido prospere são mínimas.
Levantamento com base em decisões dos últimos quatro anos mostra que o órgão antitruste manteve 100% o mérito dos pareceres da superintendência questionados por interessados.
Além disso, somente 1 em cada 4 sofreu ajustes, os chamados “remédios”, negociados pelo Cade, com eventuais acordos negociados, mas sem inviabilizar o negócio entre as empresas envolvidas.
Entre 2021 e 2025, houve remédios aplicados posteriormente à aprovação pela superintendência em 4 de 15 casos alvos de recurso de terceiros.
O levantamento responde a um desconforto entre os conselheiros do Cade devido ao tom agressivo da contestação da Petlove contra o parecer da superintendência. Na avaliação, esse tipo de movimento público expõe o próprio Cade externamente indevidamente.
Segundo a análise da Superintendência do Cade, a diversidade de atores, modelos de negócios e portes no setor de pets impede a consolidação de um formato dominante, favorecendo a fusão entre Petz e Cobasi.
Marketplaces, supermercados, agrolojas e petshops menores são capazes de exercer pressão competitiva suficiente para conter eventual exercício de poder de mercado pelas redes após a fusão.
De acordo com as condições pactuadas, os acionistas da Cobasi receberão 47,4% da nova companhia. Os da Petz terão 52,6% e mais R$ 400 milhões, sendo R$ 130 milhões distribuídos em dividendos.
A receita bruta anual deve girar em torno de R$ 7 bilhões. A economia de custos estimada com a fusão chega a R$ 330 milhões com as sinergias.
O mercado de pets já movimenta R$ 77 bilhões, segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Mais da metade das vendas se refere a alimentos (R$ 42 bilhões).
Com Stéfanie Rigamonti