/ Jun 30, 2025

Supermundial erra na apresentação e acerta na tecnologia – 30/06/2025 – O Mundo É uma Bola

O primeiro Mundial de Clubes realizado pela Fifa com 32 participantes (também chamado de Copa do Mundo e de Supermundial) está na metade das oitavas de final, a primeira etapa dos mata-matas.

Dois brasileiros continuam vivos (Palmeiras e Fluminense), dois morreram (Botafogo e Flamengo).

Vejo mais acertos do que erros nesta primeira edição inchada, que segue a (ótima) fórmula utilizada de 1998 a 2022 para a Copa do Mundo de seleções. A partir de 2026, serão 48 países, um exagero que levará ao torneio que existe desde 1930 mais equipes de menor nível técnico.

A atração mais chamativa do Supermundial nos EUA é a microcâmera que cada árbitro utiliza, na altura da orelha, acoplada ao aparelho de comunicação. Um acerto.

Ela mostra uma visão do lance (a do juiz) à qual não estamos acostumados, de gols marcados e de faltas cometidas, entre outros instantes da partida. É diferente, tem um toque de videogame. Porém poderia ser mais frequente seu uso por quem cuida dos replays –são raras as vezes na transmissão que a função é ativada.

Falando em transmissão, li que a audiência da Copa do Mundo tem sido boa no Brasil, mas nem tanto em outras praças.

Não “pegou” entre europeus e estadunidenses, e esse é um desafio para os departamentos de marketing e divulgação da Fifa para a próxima edição, daqui a quatro anos.

Aliás, percebi algo desagradável ao ver os jogos na Globo. Mais até para o narrador ou comentarista do que para o espectador. Sem nenhum aviso, subitamente, a tela é dividida e entra a propaganda de uma bet, por alguns segundos.

Quem fala é interrompido no meio da frase, um desrespeito. É questão comercial, mas podiam combinar o momento da interrupção. Ter algum bom senso.

Bom senso que deverá ser empregado no futuro ao descartar a inovação, implementada na entrada dos jogadores em campo. Ao estilo NBA (basquete) e competições de atletismo, os atletas são anunciados, nome a nome.

Na NBA, há um espetáculo de luzes, e o locutor da arena capricha na entonação para incensar os jogadores do time mandante. O público se envolve.

No atletismo, os competidores fazem seu show: batem no peito, dançam, pulam, gritam, entre caras e bocas. O público se envolve.

No Supermundial de futebol, não há nada disso. Foi uma tentativa que falhou. Está sem graça. Não pegou.

Outra ideia, não inédita, posta em prática na Copa nos EUA é a parada para refresco/hidratação (“cooling break”), aos 30 minutos do primeiro e do segundo tempo, quando a situação climática exige.

Não é bom para a dinâmica da partida (a interrupção é de até três minutos), mas faz-se necessária devido às altíssimas temperaturas (acima de 30°C) do verão norte-americano.

Os jogadores agradecem, e os treinadores aproveitam para passar-lhes novas orientações ou reforçar as dadas antes.

Ainda no quesito interrupção, até agora o famigerado VAR (árbitro assistente de vídeo) tem estado discreto, quase imperceptível, no Supermundial. Muito devido ao sistema de impedimento semiautomático, que é recente.

Com ele, nada mais de serem traçadas, minutos a fio, as linhas (a dificuldade com elas é tremenda) para tentar concluir a regularidade ou não da jogada. Precisa ser assim sempre, em todo campeonato.

Retornando às condições climáticas, seis jogos foram paralisados, em diferentes cidades, devido a alertas de tempestades, que poderiam colocar em risco os presentes em cada estádio.

É um protocolo, e é um problemão. As paradas são longas, de meia hora para (bem) mais. Benfica x Auckland, em Orlando, recomeçou depois de cerca de duas horas, uma eternidade.

E para a eternidade ficará a música-tema na Copa do Mundo.

Tocada na abertura e no encerramento de todas as transmissões, “Freed from Desire” (Livre do Desejo), lançada há quase 30 anos pela italiana Gala Rizzatto (e cuja letra não nada a ver com futebol), estará na minha cabeça até o fim da vida: na-na-na-na-na-na-na, na-na-na, na-na.

Felizmente para mim, o na-na-na agrada.

Este texto é possivelmente o último que escrevo sobre o Supermundial antes do fim dele. Uma viagem ao exterior marcada há bastante tempo provavelmente, devido à programação das atividades e ao fuso horário, me impedirá de acompanhar as partidas. Se você puder, aproveite a reta final. É um torneio histórico.

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