A família Berlusconi concordou em vender o clube de futebol AC Monza para a empresa de investimentos americana Beckett Layne Ventures, conforme comunicado divulgado nesta terça-feira (1º), marcando o fim de uma era para um dos grandes patrocinadores do esporte na Itália.
O acordo avalia o clube, rebaixado da Série A na temporada passada, em cerca de 45 milhões de euros (R$ 288,8 milhões) incluindo dívidas, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.
A venda sinaliza o afastamento da família Berlusconi do futebol, após a morte em 2023 de Silvio Berlusconi, quatro vezes primeiro-ministro italiano e magnata da mídia.
Silvio Berlusconi, que anteriormente era proprietário do Milan, sete vezes campeão europeu, assumiu o Monza em 2018, quando o clube disputava a terceira divisão italiana, em um acordo que teria custado apenas 3 milhões de euros (R$ 19,2 milhões).
Liderado pelo ex-executivo do Milan, Adriano Galliani, o Monza, time da cidade de mesmo nome na região da Lombardia, garantiu sua primeira promoção à Série A em 2022, mas terminou em último lugar na temporada passada.
Esse rebaixamento forçou a Fininvest, holding da família Berlusconi, a reduzir o valor contábil do clube em 70%, para 30 milhões de euros (R$ 192,5 milhões).
Pelo acordo, a Beckett Layne Ventures adquirirá 80% das ações do clube, com a Fininvest inicialmente mantendo uma participação de 20%, antes de uma saída completa até junho de 2026.
Desde que Berlusconi assumiu o clube, o Monza acumulou prejuízos de 270 milhões de euros (R$ 1,7 bilhão). Somente em 2024, o prejuízo foi de 48 milhões de euros (R$ 308 milhões).
O Monza é o mais recente clube de futebol italiano vendido para um investidor americano. Os clubes da primeira divisão Inter de Milão, AC Milan, Roma, Parma, Fiorentina e Hellas Verona são todos controlados por proprietários americanos.