/ Jul 03, 2025

CNU 2025: veja as carreiras com salário de R$ 16 mil – 03/07/2025 – Mercado

As inscrições para o CNU (Concurso Nacional Unificado) foram abertas nesta quarta-feira (1º) com 3.652 vagas em 36 órgãos federais e salários que chegam a R$ 16.413,35. Apenas cinco carreiras, no entanto, oferecem essa remuneração inicial.

Elas são as de especialista em regulação de petróleo, derivados, álcool e gás da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), com quatro especialidades diferentes, e a de especialista em regulação da atividade cinematográfica e audiovisual da Ancine (Agência Nacional do Cinema).

Embora tenham a mesma denominação, os quatro cargos da ANP aparecem em blocos temáticos diferentes no edital. Por isso, o candidato precisa estar atento ao eixo escolhido no momento da inscrição. Para Vitor Kessler, professor do Gran Concursos, a alta remuneração neste cargos está ligada a fatores específicos das funções e à tradição de valorização das carreiras nas agências reguladoras.









Bloco Órgão Cargo Especialidade Vagas Salário
Bloco 3 ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) Especialista em regulação de petróleo, derivados, álcool e gás Geologia e geofísica 15 R$ 16.413,35
Bloco 4 ANP Especialista em regulação de petróleo, derivados, álcool e gás Engenharia 12 R$ 16.413,35
Bloco 6 ANP Especialista em regulação de petróleo, derivados, álcool e gás Geral 12 R$ 16.413,35
Bloco 6 ANP Especialista em regulação de petróleo, derivados, álcool e gás Economia 11 R$ 16.413,35
Bloco 6 Ancine (Agência Nacional do Cinema) Especialista em regulação da atividade cinematográfica e audiovisual Geral 10 R$ 16.413,35

Vitor Kessler afirma que o salário mais alto oferecido em algumas carreiras do CNU se justifica por uma combinação de fatores históricos, institucionais e técnicos. Segundo ele, grande parte das vagas ofertadas no concurso está vinculada ao chamado “carreirão” do Executivo Federal —o PGPE (Plano Geral de Cargos do Poder Executivo)— ou a outras carreiras transversais, de menor complexidade e prestígio institucional.

“Já as agências reguladoras, como a ANP, possuem carreiras próprias, mais recentes, estruturadas desde sua criação com remuneração mais atrativa, como forma de garantir quadros técnicos altamente qualificados para lidar com setores estratégicos e regulados da economia”, diz.

No caso da ANP, Kessler explica que os especialistas em regulação exercem funções técnicas, econômicas e de fiscalização no setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis, considerado estratégico para a soberania energética e o desenvolvimento do país.

“Esses profissionais são responsáveis por analisar dados técnicos, elaborar normas regulatórias, acompanhar contratos bilionários de concessão e partilha, além de garantir a segurança e a transparência nas operações das empresas do setor. Trata-se, portanto, de uma carreira de Estado com alto grau de complexidade e impacto público, que exige formação especializada e decisões com grande responsabilidade técnica e institucional”, afirma.

CARGOS DA ANP EXIGEM FORMAÇÕES DISTINTAS

Embora tenham a mesma denominação, os cargos de especialista em regulação da ANP estão divididos entre diferentes especialidades e blocos temáticos do edital. Ao todo, são quatro variações: engenharia (bloco 4), economia (bloco 6), geologia e geofísica (bloco 3) e uma especialidade geral, também no bloco 6.

Vitor diz que essas especialidades impactam diretamente na rotina dos servidores. “O profissional da especialidade de engenharia atua em atividades regulatórias relacionadas à segurança operacional de instalações, avaliação de projetos de infraestrutura e regulação técnica de processos como refino, transporte e armazenamento de combustíveis”, diz.

Já os especialistas em geologia e geofísica lidam com a análise de dados geológicos, interpretação sísmica, avaliação de reservas e estudos sobre o potencial energético das bacias sedimentares (funções de alta complexidade científica).

Na especialidade de economia, o foco é a regulação econômica: análise de mercado, modelagem tarifária, formação de preços, estudos de impacto regulatório e monitoramento de políticas públicas que afetam a cadeia produtiva de petróleo, gás e biocombustíveis.

A especialidade geral é mais abrangente e permite atuação em áreas técnicas de suporte à regulação, análise de dados e elaboração de estudos estratégicos. “Ela é frequentemente ocupada por profissionais com formação diversa, como engenheiros, geocientistas ou tecnólogos”, diz Kessler.

Com a oferta dispersa entre blocos diferentes, o especialista orienta que os candidatos avaliem com cuidado sua formação, trajetória profissional e afinidade com os conteúdos cobrados. “A escolha entre os blocos 3, 4 e 6 deve ser estratégica: envolve não apenas o conteúdo programático das provas, que varia de forma significativa entre as especialidades, mas também as atribuições que o cargo exigirá após a posse”, afirma.

O QUE ESTUDAR EM CADA BLOCO?

Bloco 3: Esse bloco reúne o cargo de especialista em geologia e geofísica e é voltado para ciência, pesquisa e tecnologia. Os conteúdos cobrados nos cinco eixos temáticos incluem: ciência, tecnologia e sociedade; políticas públicas de CT&I (ciência, tecnologia e inovação); gestão de projetos em CT&I; tecnologias da informação e comunicação e ciência de dados; além de metodologia da pesquisa científica.

“Esses conteúdos exigem familiaridade com a linguagem acadêmica, compreensão de políticas científicas e domínio de ferramentas e abordagens técnicas ligadas à produção de conhecimento e inovação”, diz Vitor Kessler. Para ele, profissionais com formação em ciências naturais ou exatas tendem a ter mais afinidade com esse perfil.

Bloco 4: Esse bloco abrange o cargo na especialidade engenharia, voltado para formados em engenharia civil, de produção, ambiental, elétrica, entre outras. Os eixos temáticos são práticos e técnicos, abordando gestão de obras e serviços de engenharia, planejamento territorial, projetos de obras, aspectos agrários e pesqueiros, além de sustentabilidade e patrimônio cultural.

Segundo Kessler, trata-se de um bloco com viés técnico-operacional, voltado para infraestrutura pública. “O candidato deve demonstrar conhecimento em planejamento urbano, execução de obras, avaliação ambiental, normas técnicas e legislação específica”, diz.

Bloco 6: Neste bloco estão os cargos de especialista em economia e a especialidade geral. O foco recai sobre aspectos socioeconômicos e regulatórios do desenvolvimento nacional. Entre os temas abordados estão: desenvolvimento, sustentabilidade e inclusão; desenvolvimento produtivo e regional; gestão estratégica e regulação; desenvolvimento socioeconômico e desigualdades sociais no Brasil.

“Para os candidatos da área econômica, essa estrutura está bem alinhada com os temas tradicionalmente abordados em políticas públicas, planejamento estratégico e regulação de mercados. Já os candidatos da especialidade geral, que vêm de formações diversas, precisarão ter boa capacidade de adaptação e leitura crítica para lidar com temas mais amplos de políticas públicas e desenvolvimento social”, afirma Kessler.

E O CARGO DA ANCINE?

Embora a atuação da Ancine esteja voltada para o setor audiovisual, o cargo de especialista em regulação da atividade cinematográfica e audiovisual (oferecido no bloco 6) será avaliado com a mesma prova aplicada aos demais cargos desse bloco, como os da ANP nas especialidades de economia e geral.

“O conteúdo programático será idêntico para todos os candidatos do bloco 6, independentemente do órgão ou da área de atuação pretendida”, afirma Vitor Kessler.

Ele destaca que o CNU permite ao candidato escolher múltiplos cargos dentro de um mesmo bloco, desde que atenda aos requisitos de formação exigidos em cada um. “A estratégia mais inteligente é selecionar todos os cargos do bloco 6 para os quais o candidato tenha formação compatível. Isso amplia significativamente as chances de convocação e permite disputar várias vagas com uma única prova”, diz.

ESSES CARGOS COSTUMAM ESTAR ENTRE OS MAIS CONCORRIDOS?

Cargos de especialista em regulação, especialmente em agências como a ANP, estão historicamente entre os mais disputados do serviço público federal. Segundo Kessler a alta concorrência se deve à combinação de fatores como remuneração atrativa, estabilidade, complexidade técnica das funções e o prestígio associado à atuação em setores estratégicos da economia.

Essas carreiras integram estruturas próprias das agências reguladoras, o que, segundo ele, garante maior valorização funcional em comparação a cargos mais generalistas do Executivo.

“O perfil dos candidatos é altamente qualificado. Em geral, são profissionais com formação superior sólida, muitos com pós-graduação, certificações ou especializações técnicas. Um ponto importante é que muitos dos aprovados já atuam no serviço público e buscam nas agências uma oportunidade de ascensão, valorização da formação ou reposicionamento profissional”, afirma.

O QUE PRIORIZAR NOS ESTUDOS?

O desempenho nas disciplinas específicas costuma ser decisivo nas provas do CNU. Os conhecimentos específicos representam dois terços da prova objetiva: são 60 questões, ante 30 de conhecimentos gerais. Além disso, a prova discursiva também será baseada exclusivamente em temas dos conhecimentos específicos.

Vitor destaca que as questões específicas estão organizadas em cinco eixos temáticos, com pesos diferentes na nota final, de acordo com o cargo escolhido. “Ou seja, não basta apenas acertar mais: é essencial entender quais eixos têm maior peso no cargo ou especialidade de interesse. Essa estrutura exige uma preparação: o concurseiro deve analisar os pesos dos eixos no edital e priorizar os temas mais relevantes para o cargo desejado”, diz.

Na preparação, ele recomenda que os candidatos busquem apoio em mentorias, professores especializados e cursos voltados para os conteúdos cobrados em cada bloco temático.

VEJA O CALENDÁRIO DO CNU 2025












Inscrições das 10h de 02/07/25 até 23h59 de 20/07/25 (pagamento até 21/07)
Solicitação da isenção da taxa de inscrição 02/07/2025 a 08/07/2025
Prova objetiva 05/10/2025
Convocação para prova discursiva 12/11/2025
Convocação (confirmação de cotas e PcD) 12/11/2025
Envio de títulos 13/11/2025 a 19/11/2025
Procedimentos de confirmação de cotas 8/12/2025 a 17/12/2025
Prova discursiva para habilitados na 1ª fase 07/12/25
Previsão de divulgação da primeira lista de classificação 30/01/2026

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