/ Jul 04, 2025

Leila Pereira: Nós mulheres só precisamos de oportunidades – 04/07/2025 – Celebridades

São Paulo

É dia de grande expectativa para a torcida do Palmeiras e para Leila Pereira, primeira mulher eleita presidente de um dos maiores clubes de futebol do Brasil. Nesta sexta-feira (4), às 22h (horário de Brasília), o Palestra enfrenta o Chelsea pelas quartas de final do Copa do Mundo de Clubes da Fifa.

“Eu sendo corintiano e amando a tia Leila”, diz um seguidor da empresária. Nas redes sociais, ela posa sorrindo em frente a um arranjo de flores de um hotel na Filadélfia, nos EUA, exibindo sua bolsa Chanel estampada em tons de rosa e verde.

Ser querida até pelas torcidas rivais não é novidade para Leila. Em 2023, uma cena no Maracanã viralizou na internet: torcedores do Flamengo rodeavam a presidente do clube paulista e pediam selfies com ela, que atendia solícita, fazendo coraçãozinho com as mãos.

Em entrevista ao F5, na véspera das quartas de final, Leila falou sobre sua trajetória e apostou na segurança que passa e no trabalho duro como as razões por trás de tanta moral com o público. “Acho que tenho a capacidade de transmitir às pessoas algo que, infelizmente, ainda falta ao futebol brasileiro: credibilidade”, diz.

“Muitos grandes clubes do Brasil estão quebrados porque seus dirigentes gastam de maneira irresponsável, como se não houvesse amanhã”, afirma. “Mas este amanhã sempre chega e quem paga o pato é o torcedor.”

Quem conhece Leila sabe que ela não tem medo de dar alfinetadas como essa e tampouco de falar o que pensa. “Não tenho qualquer problema em me manifestar por aquilo que acredito ser o certo”, confirma.

Com sua personalidade franca e firme, bateu de frente com a Conmebol para cobrar mecanismos mais rigorosos de combate ao racismo em campo. Em março deste ano, chamou de “ridícula” a pena de US$ 50 mil dada ao clube paraguaio Cerro Porteño por um episódio que vitimou o jogador Luighi.

“Para atrasos em início de jogos é multa de US$ 100 mil [cerca de R$ 540 mil], por sinalizador é US$ 78 mil [R$ 420 mil], então vejam como a Conmebol trata esse crime de racismo. Achei uma vergonha”, disse ela na ocasião.

‘SUCESSO INCOMODA’

Eleita presidente do Palmeiras em 2021 e reeleita em 2024, Leila pretende deixar como legado muito mais que títulos na prateleira do clube. Ela descreve sua gestão como “comprometida com o desafio de impactar positivamente a indústria do futebol e toda a sociedade”.

“Com gestão profissional, equilíbrio financeiro e valores sólidos, um clube pode ser vitorioso dentro e fora de campo”, diz.

Na infância, Leila, 60, não ligava para futebol. Nascida em Cambuci, no interior do Rio de Janeiro, e criada em Cabo Frio, saiu de casa cedo para estudar jornalismo na capital fluminense. Lá, conheceu José Roberto Lamacchia, 78 —ele sim, um grande palmeirense—, com quem é casada há 25 anos.

Ao lado do marido, fundador da Crefisa, Leila fez carreira no mercado financeiro e concluiu uma segunda graduação, em direito. Em 2015, a empresa se tornou a principal patrocinadora do Palmeiras, e Leila entrou para o conselho do clube, onde se destacou. Com tino para os negócios, fez contratações de êxito para o time e chegou à presidência.

A competência, porém, nem sempre garantiu a Leila o respeito de todo mundo —pelo contrário, diz ela. Por ser uma mulher de poder em um ambiente tradicionalmente masculino, passou por provações no início e passa até hoje. Mas isso não a abala.

“Quando me elegi presidente do Palmeiras, comecei a entender melhor a questão do machismo. Você começa a perceber que o seu sucesso incomoda e que, por ser mulher, você tem de provar o tempo todo a sua competência. Recebo algumas críticas que, com certeza, eu não receberia se fosse homem”, avalia.

‘O AVIÃO É MEU’

Em episódio recente, Leila deu mais um exemplo de diligência ao refutar as críticas de que teria usado um avião de uma de suas empresas, a Placar, para transportar jogadores do Palmeiras.

“Para deixar claro: o avião é meu. Comprei esse avião para que os atletas possam viajar quando precisarem, sem depender de avião fretado. Quem não gostaria de ter uma presidente que compra um avião e paga todas as despesas para o clube viajar?”, rebateu. A torcida —a do Palmeiras e a da ‘tia Leila’— foi à loucura com o “lacre”.

“Costumo dizer que já era feminista antes mesmo de saber o que é feminismo”, diz ela. “Sempre quis ser uma mulher independente. Aliás, eu não tenho o sobrenome do meu marido. Ele, sim, deveria acrescentar Pereira ao sobrenome dele”, brinca.

OPORTUNIDADES

“Fico muito feliz com esse carinho que recebo, especialmente das meninas, que se sentem representadas quando veem o sucesso de um clube administrado por uma presidente mulher em um ambiente tão masculino como o futebol. Sou um exemplo de que nós, mulheres, só precisamos de mais oportunidades para mostrarmos a nossa competência”, comenta.

“Espero que o êxito do Palmeiras durante a minha gestão abra portas para que outras mulheres busquem o seu espaço em ambientes tradicionalmente masculinos como o futebol”, afirma Leila, que é a única mulher a comandar um time em toda a Copa. Se o Palmeiras ganhar do Chelsea, a equipe avança para as semifinais.

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