/ Jul 05, 2025

Líder em transformadores teme que demanda de IA cause colapso em rede elétrica – 05/07/2025 – Mercado

O CEO da Hitachi Energy, Andreas Schierenbeck, afirmou que o uso crescente de energia elétrica pelas big techs para treinar inteligência artificial deve ser controlado pelos governos a fim de manter fornecimentos estáveis de eletricidade.

O chefe da maior fabricante de transformadores do mundo disse ao Financial Times que nenhuma outra indústria teria permissão para um uso tão volátil de energia quanto o setor de IA.

Enormes picos na demanda de energia em data centers que treinam modelos de IA, junto com um fornecimento instável de energia renovável, significam “volatilidade sobre volatilidade”, tornando desafiador manter as luzes acesas, comentou Schierenbeck.

“Os data centers de IA são muito, muito diferentes desses data centers de escritório porque eles realmente disparam”, afirmou o CEO. “Se você iniciar seu algoritmo de IA para aprender e fornecer dados para digerir, eles atingem picos em segundos e aumentam até 10 vezes o que normalmente usam”.

“Nenhum usuário do ponto de vista industrial teria permissão para ter esse tipo de comportamento —se você quiser iniciar uma fundição, precisa ligar para a concessionária com antecedência”, complementou o chefe da Hitachi Energy, defendendo que regras semelhantes sejam aplicadas pelos governos aos data centers.

Grande parte da preocupação com os data centers de IA tem se concentrado no enorme volume de energia que consomem, mas Schierenbeck, que já dirigiu o grupo energético alemão Uniper, é um dos primeiros a soar o alarme sobre os grandes picos e quedas na demanda causados pelos algoritmos de IA.

A AIE (Agência Internacional de Energia) prevê que o consumo de eletricidade dos data centers dobrará para 945 TWh (terawatt-horas) até 2030 —mais do que a energia atual usada por um país inteiro como o Japão. Irlanda e Holanda já restringiram o desenvolvimento de novos data centers devido a preocupações sobre seu impacto na rede elétrica.

Analistas da consultoria Rystad Energy argumentaram que as demandas de energia da IA podem ajudar a estabilizar as redes, desde que as empresas de tecnologia estabeleçam um limite máximo de energia para processamento e programem o treinamento de seus modelos de IA quando as energias renováveis forem abundantes.

A Hitachi Energy foi criada em 2020 a partir da aquisição de US$ 11 bilhões da ABB Power Grids e está no centro de uma escassez global de transformadores de energia —os componentes essenciais da rede que ajudam a ajustar a tensão.

Schierenbeck estimou que a escassez levaria até três anos para diminuir e disse que a empresa japonesa estava focada em reduzir uma carteira de pedidos no valor de US$ 43 bilhões (R$ 233,23 bilhões), acima dos US$ 14 bilhões de três anos atrás.

Havia uma escassez de empreiteiros especializados que poderiam construir o piso reforçado necessário para a fabricação de transformadores que pesam centenas de toneladas, indicou o executivo. Este era um fator limitante para as expansões de fábricas que permitiriam à indústria acompanhar a demanda mais rapidamente.

A Hitachi Energy planeja investir US$ 6 bilhões (R$ 32,54 bilhões) para aumentar a capacidade de produção e contratar mais 15 mil trabalhadores até 2027 para atender aos pedidos de concessionárias e fornecedores de infraestrutura de rede.

Schierenbeck previu pouca dificuldade para preencher as vagas, especialmente na Europa, onde engenheiros estão sendo demitidos dos setores automotivo e químico.

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