/ Jul 05, 2025

Mundial mostra que o Brasil pode voltar a ser do futebol – 05/07/2025 – PVC

Renato Gaúcho virou personagem da Copa do Mundo de Clubes. Seu trabalho é elogiado por todos, de Abel Ferreira a Enzo Maresca, treinador do Chelsea responsável pela eliminação do Palmeiras.

“Eu gosto muito dele. Já lhe disse quando disputamos a final da Copa do Brasil, também quando vencemos a Libertadores”, afirmou Abel. “Espero que ele me convide alguma vez para jogar em Copacabana.”

Abel só errou o endereço. É Ipanema!

O Garoto de Ipanema é parte do sucesso brasileiro na Copa do Mundo de Clubes. Faz pensar sobre as razões de se determinar que não há mais treinadores e que o que se pratica no Brasileirão é outro esporte.

O Palmeiras foi o único dos quatro representantes a não vencer um europeu, mas jogou firme o segundo tempo contra o Chelsea. “Eles percebem que somos competitivos contra eles, quando temos gramados top e tempo de descanso”, informou Abel.

Não há treinador inglês, nem italiano, nem alemão nas semifinais. Há um brasileiro.

Redundante, mas necessário, afirmar mais uma vez: o que mudou o jogo entre clubes europeus e brasileiros foi a sentença Bosman. Ao equiparar jogadores a arquitetos, advogados e engenheiros, como trabalhadores europeus com direito a exercer sua profissão sem fronteiras na Europa, brasileiros, argentinos e uruguaios também puderam atuar livremente desde que tivessem passaporte dos países de seus país, avós, por vezes até de seus cônjuges.

Se fosse por terem roubado o ouro da América, os europeus não teriam apenas 14 títulos mundiais contra vinte sul-americanos, quando a suprema corte europeia sentenciou a favor de Bosman.

Nas quartas de final, só o Bayern não tem brasileiros e o Brasil é o único país do planeta com representantes em todas as finais de Champions League desde 2000. A maior desigualdade é não criar uma liga com pensamento econômico em que se olhe mais para a árvore do que para seus galhos.

Quando houver raiz e tronco sólidos, vai haver galhos de tamanhos diversos, todos frondosos.

Abel falou na primeira pessoa do plural: nós. Está muito próximo de assinar sua renovação para mais dois anos de Palmeiras. É parte de nosso caos e de nossa glória. Seu discurso não é de colonizador, mas de quem pretende ajudar a crescer o ex-país do futebol.

Renato, também. Neste caso, símbolo de uma cultura do jogo totalmente oral. Quem viu Telê Santana ou Elba de Pádua Lima, o estrategista Tim, dar treinos, sabe o que fazia.

“Quando Tim pegava aqueles botões dele, mudava o jogo”, lembra Gílson Nunes, atleta dirigido por Tim no Vasco e Fluminense, técnico campeão mundial sub-20 em 1985. Uma parte do problema é que esta cultura riquíssima não está em livros.

Portugal também não terá técnico nas semifinais, mas criou uma geração capaz de ganhar 75 títulos em 30 países no século 21. O estudo ajudou a unir teoria e prática. Os portugueses são 11 milhões de habitantes e economia infinitamente menor do que a do Brasil.

A Copa do Mundo de Clubes demonstra que o futebol resiste no ex-país do futebol. Tem muita coisa para trabalhar. Mas há muito potencial para explorar.


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