/ Jul 05, 2025

Petrobras tenta atrair China para estaleiros brasileiros – 05/07/2025 – Mercado

A Petrobras tenta atrair grandes estaleiros chineses para ajudar a revitalizar a indústria naval brasileira. A ideia é fomentar parcerias entre empresas dos dois países para atrair investimentos ou melhorar a capacidade financeira da indústria naval nacional.

A retomada das encomendas em estaleiros brasileiros é uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que patrocinou um ciclo de investimentos nos seus dois primeiros mandatos, interrompido em 2015.

“A gente gostaria que os chineses fossem sócios dos nossos estaleiros aqui. Temso estaleiros em recuperação judicial, estaleiros que precisam de upgrade [modernização], estaleiros que precisam de algum monitoramento”, afirmou a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

Ela participou de cerimônia de assinatura de memorando de interesses entre estaleiros brasileiros e chineses para avaliar possibilidades de parcerias e transferência de tecnologia. O evento concluiu uma semana de visitas de executivos chineses à indústria naval brasileira.

Em entrevista, afirmou que a grande carteira de encomendas da Petrobras atraiu o interesse dos chineses, que passaram a semana no país. Segundo ela, o foco são as encomendas de navios e barcos de apoio a plataformas em alto mar.

Os memorandos foram assinados entre os estaleiros chineses COOEC, CSSC, Cosco e CIMC e os brasileiros EBR (Estaleiros do Brasil), ERG (Estaleiro Rio Grande), EAS (Estaleiro Atlântico Sul), Estaleiro Mauá e Estaleiro Enseada.

A ideia é que a parceria com grandes estaleiros chineses ajude a superar o maior obstáculo hoje enfrentado pelos estaleiros nacionais, que é a dificuldade de obter financiamento para assinar contratos com a Petrobras.

Na cerimônia, o secretário de Petróleo e Gás do MME (Ministério de Minas e Energia), Pietro Mendes, ressaltou que a retomada da indústria naval é uma “iniciativa do governo federal como um todo”. “Precisamos de políticas públicas para tornar essa indústria competitiva”, disse.

“O Brasil tem uma demanda gigantesca por embarcações. Precisamos colocar o Brasil dentro da cadeia produtiva”, afirmou o secretário adjunto de Energia da Casa Civil, Ricardo Buratini. “Não tem sentido o Brasil não ter uma indústria naval poderosa”, reforçou Magda.

O Brasil é hoje o principal contratante de navios-plataforma para a produção de petróleo —conhecidos como FPSOs (sigla para unidade flutuante de produção, estocagem e transferência)— e tem elevada demanda por embarcações de apoio a essas unidades.

Nos dois primeiros governos Lula, a Petrobras direcionava as encomendas para indústria naval local, como parte de um programa que resultou na construção de grandes estaleiros como o EAS, em Pernambuco, e o Enseada, na Bahia.

Mas a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato suspendeu as encomendas e levou grande parte da indústria à recuperação judicial. Desde 2016, disse Magda, a Petrobras não encomendava equipamentos em estaleiros brasileiros.

Após a posse de Lula, a Petrobras voltou a apoiar a indústria, lançando um plano de encomendas de 25 navios petroleiros e 44 barcos de apoio a plataformas em alto mar. Já contratou quatro navios com consórcio formado pelo ERG e pelo Mac Laren, e tem aberta nesse momento licitação para mais oito.

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