/ Jul 08, 2025

Governo vai deixar tudo pronto para CNU em 2027 – 08/07/2025 – Mercado

O governo federal se prepara para que o CNU (Concurso Nacional Unificado) se torne um certame bianual e que a próxima edição ocorra em 2027, de acordo com Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação.

“Nossa ideia é deixar tudo pronto para que essa política possa se tornar permanente, como o Enem. Não teremos em 2026, mas esperamos que a partir de 2027 a gente volte a ter novas edições. O ideal é ter menos vagas para cada área e de forma mais frequente para não ter muito choque entre gerações”, afirmou Dweck nesta terça-feira (8), em entrevista ao programa do governo federal Bom Dia, Ministra.

Neste ano, ocorre a segunda edição do concurso terá 3.652 vagas em 36 órgãos públicos e salários iniciais de até R$ 16 mil. As inscrições vão até o dia 20 de julho, com taxa de inscrição de R$ 70, o mesmo valor para cargos de nível superior e médio.

A frequência do CNU também poderia repor saídas previstas para o setor público federal, que tem uma média de idade avançada, de acordo com a ministra. A estimativa da pasta é de que cerca de 181 mil servidores se aposentem entre 2024 e 2035.

“Fizemos dimensionamento da força de trabalho, de tentar identificar onde está faltando gente. Não vamos suprir toda a necessidade com esses dois concursos”, declarou. “Estamos repondo muito abaixo da quantidade de gente que saiu, também pela mudança na digitalização, mas não significa que não precisa contratar servidores.”

O certame terá um edital unificado, dividido em nove blocos temáticos. Um dos destaques dessa edição é uma regra especial para que mulheres sejam pelo menos metade das classificadas para fazer a prova discursiva, em cada cargo e modalidade de cota. No CNU de 2024, elas foram 56% dos inscritos, mas apenas 37% dos aprovados na primeira classificação.

Segundo Esther, a cifra de mulheres caiu da primeira fase, de provas objetivas, para a segunda, de questões discursivas, o que motivou a adoção da política.

“A política neste ano tem uma chance grande de aumentar o percentual de mulheres aprovadas e chegar mais próximo do percentual de inscritas”, disse.

Para além da ação afirmativa de equidade de gênero, o CNU também vai contar com cotas para pessoas negras, indígenas e quilombolas.

Na semana passada, o MPF (Ministério Público Federal) pediu à Justiça do Distrito Federal a suspensão imediata do CNU. Para o órgão, não houve correção falhas estruturais que colocam em risco a efetividade das cotas raciais.

O MPF questiona também os resultados das bancas de heteroidentificação, que reprovaram alguns dos candidatos que se autodeclaram negros. Nas bancas, há cinco membros que passam por cursos de formação com o objetivo de avaliar se o candidato pode ser vítima de racismo ou não, segundo a ministra. A autodeclaração é confirmada caso três deles votem que sim. No primeiro CNU, 82% tiveram sua autodeclaração confirmada.

Para este ano, houve uma mudança, de acordo com Esther. Se a pessoa não tiver maioria na banca, mas pelo menos um voto que confirme sua declaração, ela pode pedir recurso para ser reavaliada. Se pelo menos um membro da banca de reavaliação também confirmar a autodeclaração dessa pessoa, ela terá direito à cota.

Já quem não comparecer à banca não poderá competir pelas vagas reservadas, mas continua participando do certame pela ampla concorrência.

“A AGU [Advocacia-Geral da União] já apresentou nossas respostas [ao MPF]. Estamos defendendo nossas posições e tentando esclarecer as dúvidas que surgirem. Se houver decisão judicial para fazermos alguma alteração, seguiremos a decisão, mas nossa expectativa é de que não ocorra isso”, afirmou a ministra.

Outro ponto ainda tratado no âmbito do concurso é a avaliação de soft skills, que inclui habilidades como capacidade de trabalho em equipe e proatividade. Para especialistas, embora o CNU apresenta avanços na seleção de servidores, ele ainda não analisa essas competências que também são importantes para o trabalho no setor.

Segundo Esther, a avaliação dessas habilidades está sendo discutida pela pasta, mas não será adotada nesta edição.

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