O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (8) que deve se encontrar com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda nesta semana. A relação entre o governo e o Legislativo está tensa desde que o Congresso derrubou às pressas o decreto que elevava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Em entrevista ao portal Metrópoles, o chefe da Fazenda disse que não tem direito de ter relações estremecidas com o presidente da Câmara porque o Brasil depende da boa condução dos trabalhos e que “nenhum dos dois” quer briga.
Haddad afirmou ainda que não pode se antecipar à decisão do Supremo –o ministro Alexandre de Moraes convocou uma reunião de conciliação sobre o tema do IOF para o próximo dia 15– anunciando qualquer medida alternativa que compense uma eventual perda de arrecadação.
“Nunca saí de uma mesa de negociação. Só saio com acordo”, afirmou Haddad ainda neste tema.
Para o ministro, o impasse do IOF não prejudica o projeto de isenção do Imposto de Renda para contribuintes com salário de até R$ 5 mil. “Acredito que esse projeto vai ser aprovado com larga margem de apoio”, afirmou. “Acredito que o deputado [Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara e relator do projeto de isenção] tenha já formado seu juízo a respeito”.
Haddad disse ainda que não está nos planos rever a meta de superávit, e voltou a bater na tecla da justiça tributária, tema que tem mobilizado a base do governo nos últimos dias. “O 1% [parcela mais rica da população] tem que reconhecer que chegou o momento”, disse. “O ajuste fiscal necessário não pode recair só sobre os pobres.”